CRUB participa de debate das eleições 2014 na ABMES

A secretária executiva do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), Fernanda Póvoa participou na noite desta terça-feira (02), na sede da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em Brasília, do Debate sobre as políticas públicas para a Educação Superior.

 

Na ocasião o presidente da ABMES, doutor Gabriel Mario Rodrigues destacou a importância desse evento para o setor privado do ensino superior, apresentando o documento “Eleições 2014: Propostas para a Educação Superior”, elaborado pela a Associação com suas principais reivindicações. O objetivo desse documento é subsidiar a elaboração de programas de governo dos candidatos à Presidência da República, ao contemplar três grandes eixos: a efetiva representatividade e participação do setor privado no sistema federal de ensino; a celeridade na tramitação dos processos de regulação e supervisão de cursos e instituições; e o aprimoramento dos critérios, mecanismos e procedimentos de avaliação da educação superior.

 

Os Partidos dos Trabalhadores (PT), Socialista Brasileiro (PSB) e da Social Democracia Brasileira (PSDB) participaram do debate, que contou com a presença dos coordenadores da área de educação de cada candidato, representando os presidenciáveis. Ao contrário dos debates tradicionais entre candidatos, com réplicas, tréplicas e eventuais ataques ao adversário, o que se viu no debate da ABMES, foi uma troca cordial de ideias e, por algumas vezes, concordância entre os debatedores sobre temas da educação.

 

Em nome da candidata Dilma Rousseff (PT), o ministro da Educação, Henrique Paim, ressaltou os avanços do setor desde o início do governo Lula e destacou o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos (Prouni) como medidas que auxiliaram o ingresso de mais estudantes no ensino superior privado. Ele ressaltou que o Fies, criado no governo FHC, em 1999, foi “aprimorado em larga escala” e relacionou a economia à educação para rebater propostas dos outros partidos acerca da ampliação de financiamentos estudantis.

 

“Estou no Ministério da Educação desde 2006 e sei o quanto é difícil fazer com que o financiamento da educação se amplie de forma segura. Existe uma conexão entre políticas econômica e educacional. É importante ter segurança em cada passo que damos e garantir que os recursos sejam colocados para manter essas alterações”, disse o Ministro.

 

Tanto as representantes do PSDB, quanto do PSB garantiram a continuidade dos programas do Prouni e do FIES. A socióloga Maria Alice Setúbal (Neca Setúbal), representante da candidata Marina Silva (PSB), adotou um discurso suave, reconhecendo os avanços feitos na Educação Superior nos últimos anos, mas sugerindo mudanças nesses programas para atingir as diferentes populações do Brasil. “Já houve um avanço muito grande, mas é preciso ter um olhar mais customizado, pensar nas necessidades das diferentes regiões. Existe um avanço necessário para que a gente possa ampliar o Prouni e o Fies e esse avanço está na possibilidade de articulação entre oferta e demanda”.

 

Segundo o Ministério da Educação, existem atualmente no Brasil 2,4 mil instituições de ensino superior, das quais 2,1 mil são privadas. De um total de 7 milhões de matrículas, 5,1 milhões são feitas nessas instituições. A maior parte, 76%, tem acesso a recursos públicos com programas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Maria Alice também defendeu melhorias no ensino público médio e básico, como alicerces para que mais estudantes cheguem ao ensino superior em melhores condições.

 

A professora Maria Helena de Castro, representante do candidato Aécio Neves (PSDB), seguiu uma linha semelhante. Ela considera que a má qualidade da educação básica no Brasil é o “grande problema” a ser solucionado. A proposta apresentada por ela inclui o investimento na formação de professores e na pesquisa.

 

“Formação e carreira de professores. Sem isso fica muito difícil melhorar a qualidade da educação básica. Os alunos estão chegando no ensino médio e superior sem os ensinamentos básicos que deveriam ter tido na etapa anterior. O problema da inclusão foi feito, mas queremos inclusão com qualidade”, disse Maria Helena.

 

Maria Helena também lembrou a burocracia que faz aumentar as pilhas de processos no Ministério da Educação e sugeriu uma força-tarefa para resolver a questão. “Temos hoje muitos processos parados no MEC, cerca de 30 mil, 40 mil, e isso vai exigir um esforço enorme para dar conta do passivo. Para melhorar a atual situação de tramitação dos processos é necessário termos uma força tarefa para trabalhar nisso”.

 

Com informações da Agência Brasil – Foto: Augusto Coelho/ABMES

 

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