Fórum CRUB: presidentes de entidades reforçam importância do Diploma Digital e da Inovação em diálogos com o MEC e a CAPES

O Fórum de Presidentes do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras – CRUB, promoveu na quarta-feira, 19, uma intensa e produtiva agenda de trabalho em Brasília. Presidentes da Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas – ABIEE, Associação Brasileira das Instituições Comunitárias de Educação Superior – ABRUC, Associação Catarinense da Fundações Educacionais – ACAFE, Associação Nacional de Educação Católica do Brasil – ANEC, Associação Nacional das Universidades Particulares – ANUP e do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas – COMUNG, participaram de diálogos sobre o Diploma Digital e a implementação da plataforma de digitalização, sobre a Autorregulação e Inovação, e levaram demandas do setor ao novo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, Benedito Guimarães Aguiar Neto,  e ao Ministro da Educação,  Abraham Weintraub.

Os dirigentes do Fórum entregaram ao presidente da CAPES um documento com propostas para políticas de estímulo à formação de doutores para a indústria, alertando para o distanciamento da ciência brasileira da inovação e do empreendedorismo. E elenca, em sugestão à CAPES, medidas estratégicas e inadiáveis para o desenvolvimento do país,  relacionadas com a formação de recursos humanos para o setor empresarial.  Entre as sugestões, o Fórum defende a estruturação de um novo Conselho Técnico-Científico – CTC com viés empresarial, constituído por membros oriundos das diferentes áreas do conhecimento, relacionadas tanto ao setor produtivo como ao acadêmico, cuja função primeira seria aprovar os critérios que deveriam reger o funcionamento dos Programas de Pós-Graduação – PPGs empresariais, respondendo também pela sua posterior avaliação e acompanhamento.

No texto entregue é sublinhado que o destino dos doutores no Brasil atualmente continua como há décadas: o inverso do que ocorre nos países desenvolvidos. Enquanto nesses países 70 a 80% atua no setor produtivo industrial, no Brasil verifica-se exatamente o inverso. Conforme relatado no 4º Plano Nacional de Pós-Graduação PNPG, 70% dos doutores formados atuam nas universidades e apenas 5,9% encontravam-se no setor produtivo: “Pode-se observar a relação do número de cientistas e engenheiros por 10 mil trabalhadores em alguns países. Enquanto na Alemanha este número é 120, nos Estados Unidos 110, na Coréia do Sul 80, na França 90, no Brasil alcança apenas 10. O mesmo documento mostra que o percentual de doutores atuando na indústria brasileira é de 7,1%, enquanto no Canadá, alcança 62%.”

O Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras – CRUB e Reitor da PUCPR, Waldemiro Gremski, posicionou durante o encontro com o presidente da CAPES que não há falta de especialistas em áreas técnicas no Brasil. Segundo ele, o que falta é inserção no mercado para que haja mais inovação. “Nós cobrimos a metade do processo, que é produzir ciência, mas não usamos a ciência para o salto tecnológico”, ponderou.

Benedito Guimarães recepcionou as demandas dos dirigentes do Fórum e defendeu que o sistema nacional de pós-graduação tem que se envolver na solução de grandes problemas do país. À equipe de reportagem da TV CRUB, o Presidente da CAPES destacou a convergência dos temas tratados no encontro para o desenvolvimento científico e tecnológico: “A Capes está aberta ao diálogo, está aberta a parcerias e certamente o Conselho de Reitores é um grande representante dos vários segmentos da educação brasileira e do ensino superior do nosso País. Certamente teremos momentos muito importantes de parcerias daqui para frente”.

MEC

Na reunião com o Ministro da Educação,  Abraham Weintraub, o Fórum de Presidentes do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras e outras Associações Representativas da Educação Superior trataram da busca pelo aperfeiçoamento do sistema de gestão e controle documental na educação superior. As entidades integram o Grupo de Trabalho que elabora um plano nacional conjunto para Diploma Digital a partir da tecnologia Blockchain. Para Weintraub, a implementação dessa tecnologia poderia permitir a alteração da regulação aplicável à expedição do registro de diplomas, medida que asseguraria, inclusive, que faculdades pudessem registrar seus próprios diplomas com toda a segurança e garantia necessárias. As entidades terão nova agenda com o Ministro da Educação em março para apresentar a proposta de projeto de Diploma Digital, com descritivo técnico operacional de tecnologia Blockchain, paralelamente ao conjunto de aspectos regulatórios necessários para sua implantação.

De acordo com o Reitor João Otávio Bastos Junqueira, do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos – UNIFEOB e ex-presidente da ABRUC, o Diploma Digital representa um passo importante para dar às instituições de ensino superior uma autonomia – que é precedida de uma responsabilidade muito grande – calcada na base da confiança: “Eu acho que o Estado tem que ser mais parceiro e acredito nessa questão da parceria com os órgão de fiscalização oficiais no sentido de dar às instituições de ensino a confiabilidade e credibilidade para nossa autogestão, obviamente  orientados pelo Estado”.

Confira abaixo vídeos e fotos dos encontros em Brasília.

 

Por Walmor Parente
Fotos: Naiara Demarco
Vídeos: Apolos Neto / Edição Ix Mídia

 

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Vídeos

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