Semesp divulga 11ª edição da Pesquisa de Inadimplência do Ensino Superior

A 11ª Pesquisa de Inadimplência realizada pelo Semesp – Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior com as instituições de ensino superior privadas apontou que a inadimplência aumentou em todo o Brasil e também no Estado de São Paulo, registrando 9,0% para as mensalidades com atraso acima de 90 dias em ambos. A inadimplência do setor de educação superior privada permanece acima da inadimplência total das pessoas físicas.

O levantamento, que engloba o ano de 2016, foi desenvolvido pela Assessoria Econômica do Semesp por meio do Sindata – Sistema de Informações do Ensino Superior Particular e pelo Instituto PHD. Os resultados mostram um índice de inadimplência de 9,0% para o setor, contra 6,0% do índice geral considerando todos os setores. Enquanto o índice de inadimplência do setor apresentou um crescimento de 8,8% em 2015 para 9,0% em 2016, a inadimplência total das pessoas físicas no Brasil se manteve praticamente estável no mesmo período.

A alta de 2,1% na inadimplência no ensino superior de 2015 para 2016 pode ser explicada em função da crise macroeconômica e política que o país enfrenta, pelo corte do Financiamento Estudantil – Fies a partir de 2015 com queda acentuada no número de contratos novos, reduzindo ingressantes e aumentando a evasão.

As projeções da Assessoria Econômica do Semesp, realizadas com base em indicadores de atividade econômica, Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, número de contratos do Fies, e entrevistas com mantenedores de IES associadas e não associadas pelo país, apontam estabilidade da inadimplência para mensalidades com mais de 90 dias de atraso, devendo ficar em torno de 9,2% em 2017.

A pesquisa do Semesp traz dados sobre o ano de 2016 em comparação com 2015 sob diversos aspectos, como por localidade (Brasil, Estado de São Paulo, Região Metropolitana e Interior), por porte (pequeno, médio e grande) e por diferentes períodos de atraso (até 30 dias, até 90 dias e acima de 90 dias), oferecendo um retrato bem detalhado dos índices de inadimplência.

As instituições de pequeno porte, com até dois mil alunos, são as que menos sofreram com a inadimplência de até 30 dias e tiveram um crescimento de 9,67%. No entanto, essas instituições foram as que registraram maior crescimento na taxa de inadimplência em mensalidades com mais de 90 dias de atraso. Já as instituições de médio porte, de 2 mil a 7 mil alunos, são as que apresentaram as menores taxas (acima de 90 dias) desde o início da pesquisa em 2006.

A Região Metropolitana de São Paulo, que concentra mais da metade das matrículas do Estado, registrou aumento de 15,8% na inadimplência acima de 90 dias, subindo de 4,5% em 2015 para 5,2% em 2016, abaixo do índice do Interior do estado, que saiu de 11,3% em 2015 e chegou a 11,1% em 2016 e do próprio Estado de São Paulo, que registrou crescimento de 2,8% de 2015 a 2016.

A íntegra da pesquisa segue abaixo, com gráficos que ajudam a entender a situação econômica vivida pelo segmento.

A taxa de inadimplência no Brasil, para mensalidades em atraso há mais de 90 dias, aumentou em 2016, atingindo o patamar de 9,02%, maior valor desde 2010, quando atingiu 9,6%. A taxa de inadimplência de curto prazo, até 30 dias de atraso, também sofreu crescimento, passando de 14,8% em 2015 para 16,6% em 2016. A médio prazo, até 90 dias, a inadimplência também subiu de 11,1% em 2015 para 12,0% em 2016.

No Estado de São Paulo, o percentual das mensalidades com mais de 90 dias em atraso registrou crescimento de 2,8% de 2015 para 2016, atingindo 9,03%, mesmo percentual do Brasil.

A Região Metropolitana de São Paulo, que representa mais da metade das matrículas no ensino superior privado do estado (55%), registrou aumento de 15,8% na inadimplência acima de 90 dias, subindo de 4,5% em 2015 para 5,2% em 2016.

No Interior do estado a taxa de inadimplência para mensalidades vencidas com mais de 90 dias apresentou queda de 1,3%, atingindo uma taxa de 11,1% em 2016. Enquanto a taxa de inadimplência para mensalidades com até 30 dias de atraso chegou a 17,0%.

Apesar de as Instituições de Ensino Superior, de todos os portes no país, terem avançado na inadimplência em mensalidades com mais de 90 dias de atraso em 2016, com relação a 2015, as instituições de pequeno porte registraram um crescimento de 22,0%, muito acima das de médio porte (4,1%) e grande porte (-6,0%). Assim, as IES de grande porte ainda apresentam as menores taxas.

 

Embora tenha mantido uma sequência de quedas, iniciada a partir de 2009, a taxa de inadimplência do ensino superior privado no Brasil cresceu, em 2016, acima da taxa de inadimplência de pessoas físicas medida pelo Banco Central. A diferença que era de 2,6 pontos percentuais em 2015, subiu para 3 em 2016.

Em virtude de um cenário macroeconômico e político instável desde 2014, de um quadro recessivo com aumento da taxa de desemprego em 2015 e redução e restrições ao programa de Financiamento Estudantil do Governo, a assessoria econômica do Semesp projetou, por meio de modelo econométrico baseado na evolução histórica da intenção do consumo familiar, dos contratos de Fies, da inadimplência acima de 90 dias no ensino superior, e dos índices de atividade econômica, a inadimplência para o ano de 2017. A previsão é de estabilidade na taxa de inadimplência, com a taxa projetada, para mensalidades com mais de 90 dias de atraso, devendo ficar em torno de 9,2% em 2017.

*Pesquisa foi a 11ª realizada pela Assessoria Econômica do Semesp com as instituições de educação superior privadas por meio do Sindata (Sistema de Informações da entidade) e do Instituto de Pesquisas PHD.
Pesquisa de Inadimplência Semesp 2017 – Expediente
Assessoria Econômica Semesp
Estatísticos: Kellen Morelli
Maurício Morelli
Supervisão: Rodrigo Capelato

Fonte: Assessoria de Comunicação do Semesp

Comunicação CRUB
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