Veículos autônomos vão transformar a mobilidade urbana em um futuro próximo. Eles serão treinados por milhares de horas antes de serem usados, podendo evitar quase 99% dos acidentes fatais que ocorrem hoje. Porém, a maioria das pesquisas científicas e da indústria ainda considera a cidade um “contexto” passivo para os veículos autônomos.
Esses argumentos são defendidos pelo pesquisador e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Fábio Duarte, em artigo publicado em março, na revista Science Robotics. Segundo o pesquisador, “apesar de todas as comunicações em congressos, centenas de patentes e artigos científicos e milhões de dólares investidos na tecnologia para veículos autônomos, pouco se tem estudado sobre os aspectos sociais e urbanos dessa tecnologia, pois o foco costuma ser no veículo, como se o entorno da cidade fosse um ambiente passivo”.
A pesquisa desenvolvida pelo professor, que também é cientista no Massachusetts Institute of Technology, mostra que a cidade é um conjunto social e tecnológico complexo, que também está passando por transformações (com sensores, tecnologias digitais, telecomunicações), e que os veículos autônomos fazem parte de uma transformação ainda mais radical, que mudará como vivemos na cidade quando entendida como um artefato sociotécnico.
Duarte argumenta que a própria cidade está se transformando em um ambiente tecnológico. “As cidades são artefatos sociotécnicos ativas, cada vez mais equipadas com sensores e atuadores, carregados pelas pessoas, incorporados em infra-estruturas urbanas, e logo integrados a materiais de construção e aos nossos corpos”, disse o pesquisador, bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Segundo ele, várias das maiores empresas do mundo vêm investindo em veículos autônomos, como por exemplo, a empresa de informação Google e entre outras de logísticas, transporte e automotivas. Duarte aponta, também, que o esperado é que os veículos autônomos mudem radicalmente, por exemplo, a forma de distribuir cargas e como nos movemos pela cidade. Ou seja, uma vez que a maior parte da população vive em cidades, o impacto dos veículos autônomos para a população será direto. “É esperado que os acidentes fatais nas cidades diminua, que tráfego nos centros diminua, mas, por outro lado, que viagens longas aumentem. A mobilidade urbana, um aspecto crítico das cidades, passará por importante transformação”, explicou.
Acesse aqui, o artigo completo em inglês.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do CNPq – Foto: Reuters
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