Parceria prevê mapeamento de talentos e avaliação de programas de inovação para fortalecer a competitividade da indústria e a interação entre academia e empresas no país
O Sistema Indústria e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) assinaram, na segunda-feira (08/09), um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para o desenvolvimento de estudos, avaliações de políticas públicas e iniciativas de ampliação e inserção de pesquisadores no setor empresarial. O objetivo é fortalecer a inovação, a competitividade industrial e a interação entre academia e empresas no país.
A cerimônia aconteceu no Observatório Nacional da Indústria, em Brasília e contou com a participação de representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), do Serviço Social da Indústria (SESI), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e do CNPq.
A parceria terá duração inicial de dois anos, com vigência até julho de 2027, e prevê ações conjuntas como intercâmbio de informações, elaboração de estudos, monitoramento da empregabilidade de mestres e doutores e avaliação de programas estratégicos, como o Inova Talentos. Entre os resultados esperados, estão a criação de um painel nacional para mapeamento de pesquisadores de acordo com suas áreas de expertise e a identificação de bolsistas do CNPq que já atuam na indústria.

- O diretor-superintendente do SESI, Paulo Mol; a superintendente nacional do IEL, Sarah Saldanha; o presidente do CNPq, Ricardo Galvão; e a diretora de Análise de Resultados e Soluções Digitais do CNPq, Débora Menezes.
Segundo o superintendente do Observatório Nacional da Indústria, Marcio Guerra, a cooperação responde a uma demanda histórica do setor. “A indústria tem o desafio de encontrar pesquisadores, então um dos produtos que vamos desenvolver é para facilitar essa busca. E a outra é o monitoramento da empregabilidade de mestres e doutores, o que já fazemos com o SENAI”, destacou. Ele lembrou ainda que o Observatório já conta com 14 acordos de cooperação com diferentes organizações e que o Inova Talentos deve ser um dos principais beneficiados pela nova iniciativa.
A superintendente nacional do IEL, Sarah Saldanha, reforçou a importância da aproximação entre ciência e empresas. “Tivemos várias conversas para entender qual caminho mestres e doutores percorrem e como a indústria pode atrair esses talentos. Queremos que a pesquisa seja realizada dentro e em parceria com o setor industrial”, afirmou.
Saldanha ressaltou que executivos da indústria estão cada vez mais engajados em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). “Esse é nosso objetivo, construir a ponte entre pesquisadores e indústria”, acrescentou.
O presidente do CNPq, Ricardo Galvão, afirmou que já não faz sentido manter a visão de que a academia se limita à produção teórica e de que o setor privado está distante da pesquisa científica. Segundo ele: “Não teremos desenvolvimento estratégico e sustentável sem interação entre academia e setor produtivo”. Como exemplo, citou o caso das terras raras, em que considera um erro exportar minério bruto quando há conhecimento científico e técnico no Brasil para agregar valor à produção.
Com o acordo, espera-se não apenas melhorar a conexão entre empresas e profissionais qualificados, mas também gerar subsídios para o aperfeiçoamento de políticas públicas em ciência, tecnologia e inovação.
Fonte: CNPq, com informações do Sistema Indústria (CNI, SENAI, SESI e IEL)