Embaixador da França no Brasil e representante do IRD no país explicam a importância da cooperação bilateral na Caravana Iaraçu
A parceria entre o Brasil e a França na Caravana Iaraçu tem por objetivo reforçar os conhecimentos sobre a Amazônia e fortalecer a educação. O papel da CAPES/MEC é fundamental nesse processo. Essa é a visão de dois parceiros franceses a bordo da embarcação que saiu de Manaus (AM) na última terça-feira, 28 de outubro, e vai percorrer três estados do Norte até desembarcar em Belém (PA).
O embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, classifica a Coordenação como “um parceiro histórico muito importante para a França”. No âmbito da Caravana Iaraçu, observa, “tem um papel muito importante de apoiar programas e desenvolver as relações científicas entre a Guiana Francesa (território da França na América do Sul) e estados brasileiros da região da Amazônia”.
A presidente da Coordenação, Denise Pires de Carvalho, por sua vez, ressaltou o fato de a CAPES/MEC cooperar com a França há mais de quatro décadas. “A parceria mais antiga e duradoura da CAPES/MEC com uma organização internacional é com o Cofecub (Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária)”, disse. “São mais de 45 anos de trabalho conjunto, elo que se reforça com o Projeto Iaraçu”.

- Imagem: Denise Pires de Carvalho com Emmanuel Lenain e a presidente do IRD, Valérie Verdier, parceiros franceses da CAPES (Julia Prado – CGCOM/CAPES)
O Projeto Iaraçu vai documentar as estratégias de adaptação às mudanças climáticas, com uma abordagem que combina pesquisa científica, diálogo intercultural, comunicação pública e diplomacia ambiental. Além de Manaus e Belém, os municípios de Itacoatiara, Parintins, Óbidos, Alter do Chão, Almeirim, Porto de Moz, Gurupá e Breves são as paradas da Caravana Iaraçu, que finalizará o trajeto na capital paraense no dia 6 de novembro.
Segundo o representante do Institut de Recherche pour le Développement (IRD) no Brasil, Abdelfettah Sifeddine, o Projeto Iaraçu “tem como objetivo recolher todos os recados, a voz da Amazônia, para construir uma ponte entre a ciência e a sociedade”. Trata-se de um projeto, observou, “em que a sociedade pode, mais que dar uma opinião, orientar a pesquisa”. Na gênese da iniciativa, disse, “a primeira instituição brasileira a apoiar foi a CAPES/MEC”.
Parceria com universidades federais
A Caravana Iaraçu leva em conta os saberes locais. As maiores universidades da região, as Federais do Amazonas (Ufam) e do Pará (UFPA), são parceiras na iniciativa. Logo no primeiro dia da viagem, a CAPES/MEC foi recebida pela Ufam em Itacoatiara (AM).
Na embarcação, o professor da instituição Naziano Filizola, ex-bolsista da Coordenação, ressaltou ser “uma satisfação poder falar sobre os rios da Amazônia, objetos de meus estudos, com gente de várias instituições, em especial da CAPES/MEC”. Para o educador, a Caravana Iaraçu “é a realização de um sonho, de ter pessoas de várias instituições reunidas, tanto da França, quanto do Brasil”.
Além da CAPES/MEC, da embaixada francesa, do IRD e das universidades, participam do projeto a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica (CFBBA) e o Fonds Équipe France (Projeto FEFACCION). O nome Iaraçu tem origem Tupi e significa “grande senhora das águas.”