Agenda Nacional elenca 20 macrotemas estratégicos para formação

As prioridades foram definidas pelas Unidades da Federação e têm como objetivo orientar a formação de mestres e doutores; observatório vai monitorar evolução do SNPG

Com 470 temas estratégicos definidos pelas Unidades da Federação do país, a Agenda Nacional para Formação de Nível Superior foi lançada na segunda-feira, 17 de novembro, pela CAPES/MEC. O documento vai funcionar como uma bússola da pós-graduação brasileira para, a partir de bases científicas, identificar oportunidades de expansão de acordo com as necessidades regionais e induzir a geração de talentos nos mestrados e doutorados onde o Brasil mais precisa.

Na cerimônia de apresentação, a presidente da CAPES/MEC, Denise Pires de Carvalho, lembrou que a agenda é fruto de uma construção inédita e coletiva, que envolveu a parceria entre a agência federal, das pró-reitorias de pós-graduação e as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAP) e o conselho dessas instituições, o Confap. “É um espaço de convergência entre as necessidades de desenvolvimento dos estados e as políticas nacionais de fomento para enfrentar grandes desafios, comprometido com o desenvolvimento sustentável, inclusivo e equitativo”, destacou.

“Essa agenda cumpre, expande e qualifica, em grande medida, o que o sistema brasileiro de pós-graduação conseguiu fazer até aqui, um ecossistema construído pelo país com quase cinco mil programas, com sustentabilidade e papel estratégico por ter sido feito de forma colaborativa com planejamento, avaliação e fomento”, enfatizou o diretor de Avaliação da CAPES/MEC, Antonio Gomes de Souza Filho.

Em todos os estados e no Distrito Federal, a elaboração da agenda contou com 690 participantes. A ideia nasceu em 2023 com a proposta de levantar temas estratégicos para a formação e fixação de mestres e doutores para os próximos dez anos. “Nesse processo houve diálogo com a sociedade civil organizada, setor público, setor empresarial e comunidade acadêmica de cada Unidade da Federação”, comentou a coordenadora do projeto pela CAPES/MEC, Alice Souto Maior, que conduz a iniciativa com Júlio Siqueira, coordenador-geral da Diretoria de Programas e Bolsas.

Os 470 temas estão organizados em 20 macrotemas. Os cinco com mais transversalidades entre os Estados brasileiros são: “desenvolvimento sustentável e regional”, “política pública, gestão e governança”, “empreendedorismo e economia verde”, “transformação digital tecnologias da informação e comunicação e inteligência artificial”, e “indústria, inovação tecnológica e negócios”. “A agenda reflete as potencialidades, vocações e desafios estaduais, para os quais os Estados demandam mestres e doutores atuando profissionalmente, desenvolvendo pesquisa e soluções inovadoras”, explicou a coordenadora do projeto.

Na ocasião do evento, também foi lançado o livro da Agenda Nacional que reúne os 470 temas estratégicos e os 20 macrotemas.

Imagem: Capa do livro (Divulgação)
Imagem: Capa do livro (Divulgação)

Observatório
Para monitorar a evolução da pós-graduação no atendimento aos temas estratégicos definidos, está em fase de desenvolvimento o Observatório da Agenda Nacional que entrará em funcionamento no próximo ano. A iniciativa é uma parceria da CAPES/MEC, da Faculdade de Computação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos.

“O Observatório vai mapear, por meio do uso da inteligência artificial, a capacidade instalada da pós-graduação stricto sensu diante dos assuntos estratégicos da agenda, além da atuação profissional dos mestres e doutores para identificar se atuam nas áreas consideradas prioritárias”, disse Ricardo Marcacini, coordenador do Observatório pela USP. “A ferramenta revelará, em tempo quase real, onde e em que medida a oferta formativa dialoga com as prioridades declaradas pelas Unidades da Federação na Agenda Nacional”, reforçou o coordenador do Observatório pela UFMS, professor Marcelo Turine.

A cerimônia de lançamento da Agenda Nacional contou com falas do presidente substituto do CNPq, Olival Freire Junior;  do presidente do Confap, Márcio de Araújo Pereira; da vice-presidente do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop), Sílvia Meletti; da vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ana Beatriz de Oliveira; da Conselheira da Sociedade Brasileira de Computação e coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia  em Inteligência Artificial, Teresa Ludemir; da chefe de Gabinete da Secretaria de Educação Superior do MEC, Marina Monteiro de Castro; do professor do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da USP-São Carlos e coordenador técnico do Observatório da Agenda Nacional, Ricardo Marcacin; da diretora da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Vitória Davi e do diretor de Altos Estudos da Escola Nacional de Administração Pública, Alexandre Gomide.

Todos reforçaram o ganho que a Agenda Nacional traz para o Sistema Nacional de Pós-Graduação, quanto ao direcionamento dos esforços de formação de mestres e doutores cada vez mais conectados às necessidades da sociedade, com fortalecimento da produção científica local, para o desenvolvimento sustentável e combate às assimetrias e desigualdades.

A íntegra do evento pode ser acessada no canal da CAPES no Youtube:  Lançamento Agenda Nacional para a Formação de Pessoal de Nível Superior.

Fonte: CGCOM/CAPES