Aluno da Unaerp atua em pesquisa de vacina contra o Alzheimer

Entre os mistérios que envolvem a mente humana, está o Mal de Alzheimer. Apesar de considerada como a forma mais comum de demência neurodegenerativa em idosos, ainda não se sabe como a doença se desenvolve e, por isso, ainda não há cura. Porém, uma luz no fim do túnel surge com uma pesquisa que investiga a possibilidade de desenvolvimento de uma vacina para a doença.

O estudo é desenvolvido pelo Grupo de Bioinformática, liderado pela professora doutora Silvana Giuliatti, laboratório integrado ao Departamento de Genética da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto e tem parceria com o Departamento de Biologia da Universidade de Cauca, na Colômbia, por meio do professor doutor William Orlando Castillo Ordóñe. A doutora Silvana é responsável pela orientação do aluno Pedro Soares Neves Neto, do curso de Engenharia Química da Unaerp, um dos integrantes do grupo de pesquisa.

A pesquisa “Abordagens de Bioinformática estrutural e imuno informática com desenho de vacina multi epítopos contra a doença de Alzheimer”, utiliza as proteínas Beta-amilóide, Tau e Apolipoproteína E4, encontradas no cérebro de pacientes com Alzheimer, para desenvolver um imunizante que possa ser capaz de promover a criação de anticorpos contra a doença.

Neves Neto conta que a partir dos estudos em andamento propõe-se o desenvolvimento de uma vacina capaz de preparar o organismo para combater a manifestação dessas proteínas logo nos primeiros momentos. Apesar de conhecidas, ainda não se sabe exatamente quando essas substâncias começam a se desenvolver no tecido cerebral, o que dificulta a criação de um tratamento para combater sua reprodução.

“O objetivo do estudo foi propor uma vacina com o enfoque em algumas dessas proteínas, para que, a partir do momento em que a pessoa está vacinada, o próprio corpo produza anticorpos contra essas substâncias. Então, quando a pessoa começasse a desenvolver o Alzheimer, o próprio corpo combateria a doença”, explica o estudante.

Por meio de um campo da bioinformática, o estudo buscou identificar epítopos, ou seja, porções ou partículas de moléculas com maior potencial para deflagrar a produção de anticorpos que poderiam entrar em ação quando a doença de Alzheimer começa a se desenvolver no cérebro de uma pessoa.  A partir de uma sequência com maior potencial de resposta imunológica foi obtida uma estrutura tridimensional de uma possível vacina, explica o jovem pesquisador. “Nós consideramos que conseguimos propor um modelo que, de acordo com a bioinformática e a imuno informática – que trabalha com estatística e probabilidades – provavelmente se trata de um imunizante eficaz”.

PRÓXIMOS PASSOS – Apesar da boa notícia, o aluno conta que ainda há um longo caminho a percorrer.  O estudo chegou a um modelo inicial e a partir desses resultados pode contribuir e receber a contribuição da comunidade acadêmica que pesquisa sobre o Alzheimer. “Utilizamos uma metodologia muito precisa e eficaz. A bioinformática é utilizada no desenvolvimento de vacinas há algum tempo e cada vez mais surgem produção acadêmica nesta área, por se tratar de ferramentas que poupam tempo, dinheiro e que trazem resultados muito confiáveis”.

No início de maio, a pesquisa foi publicada pelo jornal El Nuevo Liberal, da Colômbia, disponível neste link. Para a coordenadora do curso de Engenharia Química da Unaerp, professora Luciana Rezende Alves de Oliveira, a participação de um estudante do curso em um grupo de pesquisa desse nível “é resultante da qualidade do nosso ensino e do incentivo aos nossos discentes à pesquisa e ao desenvolvimento de novas tecnologias em nossos laboratórios e em estudos realizados por meio de parcerias científicas”, conclui.

Fonte: UNAERP