A CAPES lançou na terça-feira, 6 de maio, as novas diretrizes da Avaliação Quadrienal, para o ciclo de 2025 a 2028. As principais alterações dizem respeito ao impacto da pós-graduação (PPG) na sociedade, à classificação de artigos publicados, e aos critérios para o reconhecimento do PPG como excelência, considerando um olhar multidimensional. As regras valerão para a atribuição de notas na avaliação a ser realizada em 2029.
O anúncio das mudanças, detalhadas no Documento Referencial que estabelece as diretrizes comuns e na Portaria nº 109/2025, que regula a avaliação de permanência, ocorreu na sede da CAPES, em Brasília, com transmissão ao vivo pelo canal da Coordenação no YouTube (assista à íntegra). “A expansão do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) é necessária e vem sendo feita. Cerca de 360 cursos iniciaram o seu funcionamento neste ano”, disse a presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho. “Essa expansão, porém, precisa ser feita de forma estratégica”, frisou.
Essa estratégia vem, por exemplo, de uma avaliação voltada à missão dos programas. “A ideia é cada vez mais avaliar os programas de pós-graduação a partir do que eles se propõem a fazer”, sintetizou o diretor de Avaliação da CAPES, Antonio Gomes de Souza Filho. Nesse contexto, a autoavaliação e o planejamento de cada programa de pós-graduação passam a ter um papel importante.
Uma mudança importante ocorrerá na classificação das publicações científicas. Serão classificados os artigos, e não mais os periódicos. Para o ciclo que tem início neste ano e termina em 2028 com a avaliação em 2029, serão levados em conta os indicadores bibliométricos dos periódicos e dos próprios artigos para que cada artigo seja avaliado distintamente.
Em relação aos casos de impacto, uma novidade para o novo ciclo, trata-se de induzir um caminho para ampliar e aprofundar as interações da comunidade acadêmico-científica com a sociedade. Os programas terão a oportunidade de relatar como suas atividades, processos e resultados são percebidos na (e pela) sociedade.
O olhar multidimensional será aprimorado para que a avaliação aborde os dados e informações a partir de várias perspectivas. Será o caso da internacionalização vista não como um fim em si, mas uma estratégia: a internacionalização da instituição, a mobilidade acadêmica, e a internacionalização dos currículos. Essa abordagem em diversas dimensões leva em conta a complexidade do SNPG.
Foi também abordada a diferenciação entre as notas 6 e 7, dos programas de excelência. Para um PPG ser avaliado com 7, é preciso ser excelente na internacionalização, nos casos de impacto, contribuir de forma efetiva com os objetivos de desenvolvimento sustentável e na interdisciplinariedade, ter liderança no SNPG, além de ter boas práticas de pesquisa. Os programas nota 6 precisam ser excelentes na maior parte das dimensões, e a internacionalização não necessariamente é a dimensão protagonista.
Todas as informações acima foram comunicadas na primeira parte do evento. Denise Pires de Carvalho e Antonio Gomes de Souza Filho compuseram a mesa de abertura ao lado do diretor de Tecnologia da Informação da CAPES, Gustavo Portella, do diretor adjunto de Soluções da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Cláudio Silva, e do presidente do Fórum Nacional de Pró-Reitoras e Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação das Instituições de Ensino Superior Brasileiras (Foprop), Charles Morphy.
Na segunda parte, a coordenadora-Geral de Processos de Suporte à Avaliação da CAPES, Talita Oliveira, explicou a reconfiguração da Plataforma Sucupira. O site, que já tinha recebido uma interface nova em 2024, tem agora portais individuais para professores e pós-graduandos. Em um primeiro momento, docentes e discentes poderão visualizar os dados preenchidos pelos coordenadores dos PPG. Em breve, eles próprios preencherão essas informações. É uma forma de avançar no Censo da Pós-Graduação, para saber, de fato, quem compõe os quadros da pós-graduação brasileira.
A diretora substituta e servidora da CAPES ressaltou a importância do Programa de Governança Colaborativa de Informações da Pós-Graduação (GoPG). Por ele, a CAPES vai buscar os dados em suas fontes originais (que são, em maior parte, as instituições de ensino superior e de pesquisa), levar em conta o que for informado pelos professores e pós-graduandos e incorporar tudo ao Coleta. Por meio da interoperabilidade das bases de dados, a ação vai promover, como o nome sugere, uma governança colaborativa das informações, centralizada na Plataforma Sucupira.
Também participou da segunda metade a coordenadora da Rede de Integração da Comunidade Acadêmico-Científica da Pós-Graduação (RICA|PG) e professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Silvana Vidotti. A RICA|PG cujo objetivo é promover um ambiente de troca de conhecimento e ampla discussão em torno de padrões de dados da pós-graduação, foi constituída no âmbito da Diretoria de Avaliação da CAPES (DAV).
Acesse as apresentações:
Novas Diretrizes Ciclo 2025-2028
Fonte: CGCOM/CAPES