Encontro debate gestão e inovação no Ensino Superior

Nos dias 18 e 19 de setembro o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) realizou a segunda edição do Fórum de Gestão e Inovação. A abertura oficial do evento, realizado na Feevale, em Novo Hamburgo, contou com a presença do secretário de Estado de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Cristiano Prodanov; do integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Paulo Monteiro Vieira Braga Barone; do presidente do Comung e reitor da Univates, Ney José Lazzari; da reitora interina da Universidade Feevale, Inajara Vargas Ramos; e do sociólogo, doutor em Economia e conselheiro do CNE, Luiz Roberto Liza Curi.

 

Prodanov, em sua fala, ressaltou a capacidade criadora das universidades comunitárias. “Precisamos trabalhar para que isso retorne para a sociedade. As universidades comunitárias, por estarem inseridas na comunidade, têm a capacidade de realizar esse retorno e, por isso, são grandes parceiras da secretaria”, afirmou. Já Barone citou o importante papel que as universidades comunitárias têm no desenvolvimento do país. “Esses momentos de compartilhamento de experiências, que oportunizam um espaço de reflexão das potencialidades das universidades, têm importância estratégica, pois suas diferentes visões têm muito a contribuir no aperfeiçoamento do sistema educacional”, disse.

 

O presidente do Comung, Ney José Lazzari, citou dados do Censo da Educação Superior, divulgados na última semana. “Cerca de 60% dos acadêmicos gaúchos estão em universidades comunitárias, o que demonstra a relevância, a importância e a responsabilidade dessas instituições. Eventos como esse (o Fórum) são importantes para que nos reforcemos como grupo e como segmento, e para que possamos mostrar o que é possível de se fazer em Ensino Superior no Brasil”, explicou. Inajara desejou boas-vindas aos presentes. “Que consigamos sair, ao final deste encontro, recarregados, produzindo mais conhecimentos e trabalhando em prol do desenvolvimento no nosso Estado”.

 

Após as falas oficiais, Luiz Roberto Liza Curi ministrou a palestra Políticas da educação superior. Ele falou sobre como as políticas públicas devem ser definidas pelos processos de avaliação e sobre os desafios da educação superior no país como a agenda do século XXI – aproximar educação, ciência, inovação e tecnologia. “Por meio das avaliações é que são desenvolvidas as políticas públicas para o Ensino Superior, mas muitas vezes essas avaliações não são suficientes, como no caso da EaD. Em 2012, 66% dos municípios brasileiros não possuíam nenhum tipo de oferta de Ensino Superior. Segundo dados do Censo do Ensino Superior, a EaD cresce mais em centros urbanos, quando a avaliação deveria estimular o seu crescimento em áreas de difícil acesso”, explicou. Curi ainda levantou a questão de que a avaliação não deve ser a política pública em si, como acontece no Brasil – ela precisa ser um instrumento para melhorar a educação, e questionou o entendimento dos índices. “O único índice institucional que a sociedade reconhece como fator de avaliação das instituições não faz diferenciação entre as especificidades de uma instituição e outra (falando sobre o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição – IGC). Quem necessita saber sobre a educação superior não somos nós, mas quem recebe o Ensino Superior”, disse.

 

Logo em seguida a programação do evento contou com o debate “Relevância e pertinência das universidades comunitárias para o avanço tecnológico da economia gaúcha”. Participaram os painelistas Adelar Fochezatto, Doutor em Economia e professor da PUCRS; Mário Sérgio Salerno, PhD em Engenharia de Produção, professor e coordenador do Observatório da Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados da USP; e Ronald Krummenauer, diretor executivo da Pólo/RS – Agência de Desenvolvimento (ONG) desde 1999 e diretor executivo da Agenda 2020 desde 2006.

 

Também integrou a programação a palestra “Horizon Report e as diretrizes globais de uso de tecnologia na educação superior”, proferida pelo diretor acadêmico da Faculdade de Tecnologia Bandeirantes (BandTec) e professor de pós-graduação na Fundação Instituto de Administração (FIA), professor Maurício Pimentel. Pimentel abordou as tecnologias, tendências e desafios de inovação no Ensino Superior.

 

Baseado no relatório internacional Horizon Report, o palestrante discutiu pontos de oportunidade de uso de tecnologia na educação superior e formas de inovação nos métodos e modelos de educação e formação profissional.

 

O tema “Gestão de Permanência: Confrontando a ameaça da Evasão”, debatido pelo professor Francisco Solano Portela Neto, apresentou os assustadores dados sobre evasão no Brasil, verificando o que pode ser feito, com base em um estudo de caso concreto na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Além de apresentar como o panorama está sendo tratado no Brasil e no exterior, o professor avaliou como o tema pode ser abordado pelas IES na pesquisa acadêmica com benefícios imediatos para as próprias Instituições.

 

O Diretor de operações da portal Veduca, Caio Poli, marcou presença no evento trazendo para debate o tema “Revolução na Educação: como a tecnologia democratiza o acesso à educação de qualidade?”. Segundo o palestrante, as tecnologias oferecem inúmeras ferramentas de acesso à informação. As instituições de ensino têm possibilidades de escolhas adequadas a seu público e a seus cursos. A tecnologia deve servir para que todos tenham acesso, para isso, é necessário estudo cuidadoso e planejamento consistente para adequar a informação (o conteúdo), a ferramenta de acesso e o público potencial. TI deve facilitar o acesso, e a informação deve ser de qualidade.

 

Outra palestrante convidada foi a jornalista e editora do Portal Porvir Tatiana Klix. Com experiência no mapeamento, pesquisa e difusão de conteúdos sobre tendências e inovações na área de educação, a pesquisadora debateu o tema “Tendências na Educação”. Tatiana defende que para fazer a diferença efetiva na educação, as instituições devem construir a personalização dos seus serviços, recheá-los de experimentação e efetivamente fazer uso da tecnologia. “Inovar em educação é criar soluções para que os processos de aprendizagem respondam aos desafios da sociedade contemporânea e aos interesses e necessidades do aluno do século 21”, enfatiza.

 

Para encerrar a programação de palestras e debates, a pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Educadores –Universidade de São Paulo (USP), membro da Sociedade de Filosofia da Educação dos Países de Língua Portuguesa – Sofelp e do Conselho Editorial de Educação da Cortez Editora, Terezinha Azeredo Rios falou sobre o papel da Filosofia no mundo contemporâneo.

 

Para a pesquisadora, o ser humano precisa cultivar a atitude filosófica, que é a busca curiosa do saber cada vez maior. Para isso, é necessário que tenhamos postura humilde; precisamos visceralmente conceber que sabemos pouco, que precisamos sempre ver e conhecer mais. Citou Saramago, que definiu a reflexão como: ver mais claro, ver mais fundo, ver mais largo. Defendeu que o ser humano precisa de atitude radical, que busca a raiz das coisas, diferente de ter atitude extremista.

 

Para Edí Fassini, Diretora do Centro Profissional de Educação da Univates, o evento trouxe grande aprendizado aos participantes. “Participar desse evento foi uma oportunidade muito rica de crescimento pessoal e também profissionalmente como educadora. Foram dois dias de imersão em temas provocativos à reflexão do ‘como’ e ‘por que’ fazemos os cursos e a gestão do jeito que fazemos, mesclando inovação e tecnologia”, argumenta.

 

Integram o Consórcio a Feevale, IPA, PUCRS, UCPel, UCS, Unicruz, Unifra, Unijuí, Unisc, Unisinos, Unilasalle, Univates, UPF, Urcamp e URI. O Consórcio atende mais de 50%dos universitários gaúchos, oferecendo mais de 600 cursos de Graduação. São mais de 208 mil alunos, atendidos por quase 9 mil professores e mais de 10 mil funcionários. Mais de 2,8 mil doutores atuam nos 44 câmpus que abrangem praticamente todos os municípios do RS, promovendo o desenvolvimento e a qualificação do povo gaúcho. O Comung também investe em pesquisa e inovação, mantendo 55 cursos de doutorado.

 

Lançado o Prêmio Comung/BRDE de Empreendedorismo

 

Durante o evento também foi lançado o Prêmio Comung/BRDE Empreendedorismo em Empresas Incubadas – 2014, promoção conjunta do Comung e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). O objetivo do prêmio é incentivar, reconhecer e prestigiar ações de empreendedorismo em empresas incubadas nas Incubadoras Tecnológicas, ou equivalentes, das Instituições de Ensino Superior integrantes do Comung, que poderão inscrever, cada uma, até três empresas.

 

Serão premiadas três empresas que desenvolvam iniciativas empreendedoras originais, inovadoras e com planos de negócio factíveis. Como prêmio, a empresa classificada em primeiro lugar receberá R$ 30 mil, o segundo lugar, R$ 20 mil, e o terceiro, R$ 10 mil. Todas as três empresas terão, ainda, isenção total das tarifas de análise e fiscalização praticadas pelo BRDE na concessão de eventual financiamento, que será avaliada conforme apresentação de projeto passível de apoio financeiro pela empresa premiada, conforme análise de sua capacidade econômico-financeira e conforme normativos do Banco.

 

Para concorrer ao Prêmio, as Instituições de Ensino Superior integrantes do Comung devem encaminhar as inscrições de suas empresas incubadas em envelope lacrado para: Presidência do Comung, Rua Avelino Tallini, 171, sala 502-9, bairro Universitário, Lajeado-RS, CEP 95900-000. O prazo é 7 de novembro, e a inscrição é gratuita. Após análise, serão conhecidas, em 22 de dezembro, as empresas classificadas, que deverão participar de uma audiência pública, no dia 12 de março de 2015, em que apresentarão os seus projetos. Os vencedores serão divulgados no dia 19 de março, devendo a premiação ser realizada até o final daquele mês. Mais informações pelo e-mail comung@comung.org.br ou fone (51) 3714-7002.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa do Comung

 

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