Encontro reuniu representantes de governos, organismos internacionais e sociedade civil para discutir soluções para a falta de professores na América Latina e no Caribe. MEC foi representado pela Capes
O Ministério da Educação (MEC), por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), participou do Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre o Desenvolvimento Sustentável 2025. Promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o evento teve como tema central a falta de professores na América Latina e no Caribe. O Fórum ocorreu na sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em Santiago, no Chile, e reuniu representantes de governos, organismos internacionais e sociedade civil para discutir soluções para um dos maiores desafios da educação na região.
A presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, representou o MEC no encontro. A participação reforça o compromisso do Brasil com a valorização da carreira docente e com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o ODS 4, que trata da garantia de educação inclusiva, equitativa e de qualidade para todos.
De acordo com Denise Carvalho, o Programa Mais Professores para o Brasil — que conta com ações integradas para promover a valorização e a qualificação do magistério da educação básica e o incentivo à docência no Brasil —, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e o Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) são fundamentais para o avanço nos indicadores de melhoria da qualidade da educação básica do país. “Seguiremos com programas de qualificação e valorização dos profissionais da educação básica”, afirmou.
Durante o Fórum, a Unesco lançou um alerta sobre o déficit de professores, que ameaça a qualidade do ensino e o futuro de milhões de estudantes. Estima-se que o mundo precisará de 44 milhões de docentes até 2030 para garantir o acesso universal à educação. Na América Latina e no Caribe, são necessários 3,2 milhões de professores, principalmente para repor os que estão deixando a profissão devido à sobrecarga de trabalho, aos baixos salários e à falta de reconhecimento.
“Não podemos permitir que a falta de professores continue colocando em risco o direito à educação. Precisamos de medidas urgentes para atrair e manter profissionais qualificados”, destacou Esther Kuisch Laroche, diretora do Escritório Regional da Unesco em Santiago.
O ministro da Educação do Chile, Nicolás Cataldo Astorga, também defendeu ações imediatas. “Com a proximidade de 2030, é urgente redobrar os esforços para cumprir os compromissos assumidos. Precisamos de estratégias com foco no futuro e alinhadas às realidades locais”, afirmou.
Estratégia Regional Docente 2025-2030 – Como resposta ao cenário, a Unesco apresentou a Estratégia Regional Docente 2025-2030, uma agenda voltada à valorização da docência nos países da região. A proposta prevê: o fortalecimento da formação inicial e continuada; a melhoria das condições de trabalho; o incentivo à liderança e à autonomia docente; uma maior participação dos professores nas decisões educacionais; e a ampliação do reconhecimento da carreira.
O objetivo é não apenas atrair novos profissionais, mas também manter os atuais docentes motivados e atuantes, evitando a evasão da profissão.
A iniciativa integra os preparativos para um evento global sobre a docência, que será realizado em agosto deste ano em Santiago. A conferência foi convocada pelo presidente do Chile, Gabriel Boric, e pela diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, e reunirá governos, sindicatos, educadores e representantes da sociedade civil. A meta é construir respostas conjuntas para o fortalecimento da profissão docente em escala mundial.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Unesco