A advogada e ex-deputada federal Joenia Wapichana foi nomeada na quarta-feira (1º) como a nova presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e é assinada pelo ministro da Casa Civil Rui Costa.
Aos 49 anos, ela é a primeira mulher indígena a frente do comando do órgão. A advogada assume o órgão em meio à crise humanitária Yanomami, após encerrar o mandato como deputada federal. Ela aceitou o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o cargo em dezembro do ano passado.
Antes de ser nomeada ao cargo, em entrevista à Rede Amazônica ela disse que uma das prioridades da gestão é retirar os garimpeiros da Terra Yanomami e garantir a segurança dos indígenas que vivem no território.
Maior reserva indígena do Brasil em extensão territorial, a TI Yanomami está no centro das discussões políticas e de saúde nacional em razão da grave crise sanitária, com registros de casos de malária e desnutrição severa em adultos, principalmente, entre crianças. O problema é causado pelo avanço do garimpo ilegal, que, em um ano, aumentou 54% no território.
Além disso, na ocasião ela disse que vai trabalhar para que os processos de demarcação e fiscalização das terras indígenas do país sejam retomados “dentro de um plano de trabalho”, além de inibir o avanço de invasores nos territórios.
A Fundação agora compõe o inédito Ministério dos Povos Indígenas, pasta comandada pela ministra Sônia Guajajara. Antes da nomeação oficial, a Funai foi retomada em ato simbólico em que lideranças indígenas de todo o país retomaram a sede do órgão em Brasília.
Em Roraima, durante uma visita sede da Funai no estado, Joenia Wapichana, falou sobre o que chamou de “renovaço geral” ao prometer que iria retirar todos os bolsonaristas que ocupam cargos na instituição.
Fonte: G1