LIF Global: Programa Internacional para Empreendedores recebe inscrições até 11/09

Ação da Royal Academy of Engineering, do Reino Unido, conta com o CNPq como parceiro nacional; edição passada premiou brasileira com R$ 73 mil

Um produto biodegradável e solúvel em água que simula palha para permitir que porcas construam ninhos antes do parto, melhorando o bem-estar dos suínos e os ganhos da granja. Uma plataforma de otimização de absorção de vacinas com menor necessidade de refrigeração. Um museu para a cadeia têxtil brasileira sustentável e circular. Um conjunto de soluções práticas e criativas para educação em ciências, conectando escolas e empresas e gerando impacto socioambiental.

Esses são alguns exemplos das inovações de brasileiros que participaram da última edição do Programa Leaders in Innovation Fellowships (LIF) da Royal Academy of Engineering (RAENG), que apoia empreendedores talentosos de todo o mundo para transformar suas inovações em engenharia em negócios impactantes e sustentáveis.

As inscrições para nova edição estarão abertas entre 14 agosto a 11 de setembro. O CNPq é o parceiro nacional da iniciativa no Brasil. Na edição passada, as atividades foram realizadas ao longo de uma semana, em fevereiro, na sede do CNPq em Brasília, e em duas semanas do mês de julho, em Londres. A mobilidade e hospedagem dos participantes são custeados pela RAENG

São apoiadas inovações ousadas e escaláveis de todas as áreas da engenharia e tecnologia que estão enfrentando alguns dos desafios ambientais, econômicos e sociais mais complexos do mundo.

O treinamento foca na aquisição de habilidades fundamentais de empreendedorismo, buscando aceleração do crescimento comercial, com criação de empregos e investimento nos negócios.

Ao todo, 70 empreendedores de diversos países (África do Sul, Brasil, Colômbia, Filipinas, Índia, Malásia, México, Tailândia, Vietnã) participaram intensamente de atividades de treinamento no Reino Unido.

Brasileira premiada

O LIF Global premia os projetos de maior destaque a cada ano. Na edição passada, o primeiro prêmio – de £ 10 mil, o equivalente a aproximadamente R$ 73 mil – foi concedido à pesquisadora brasileira Carla Souza, bolsista do Programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE) do CNPq atuando na startup Proderme, voltada a pesquisas na área de bioinformática.

“Um dos grandes desafios enfrentados pelas indústrias farmacêuticas é a dependência da cadeia fria para o armazenamento e transporte de medicamentos biológicos. Em países de baixa e média renda, mais de 200 mil pessoas morrem anualmente por falta de acesso confiável a vacinas, e estima-se que mais de US$ 40 bilhões sejam desperdiçados a cada ano devido a falhas na refrigeração e no armazenamento desses produtos. Na Proderme, ajudamos farmacêuticas a superar esse desafio por meio do desenvolvimento de uma plataforma de drug delivery que combina um sistema de liberação sem agulhas com excipientes [sustância farmacologicamente inativa usada como veículo para o princípío ativo] capazes de melhorar a estabilidade de proteínas em solução, eliminando a necessidade de liofilização e de cadeia fria. Com isso, buscamos ampliar o acesso a terapias avançadas, reduzir desperdícios e viabilizar a descentralização da saúde, especialmente em países emergentes”, explica Souza.

Os empreendedores participantes se beneficiam da rede da RAENG Academia, que reúne especialistas da Academia, empreendedores com ideias similares, investidores, líderes empresariais, pesquisadores e formuladores de políticas. Com mais de 1.400 ex-participantes, são organizados eventos de networking, oportunidades de pitch e treinamento contínuo em empreendedorismo.

Fonte: CNPq