Estudante de Arqueologia e Interpretação Bíblica do Centro Universitário Adventista de São Paulo, Augusto Leite foi a Laquis, a 44 quilômetros de Jerusalém e que em 701 antes de Cristo foi completamente destruída pelo rei assírio Senaqueribe
No mês passado, um grupo de estudantes de pós-graduação do Curso de Arqueologia e Interpretação Bíblica do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), sob a coordenação do professor e pastor doutor em arqueologia e teologia, Rodrigo Silva, teve a mais importante aula presencial de seus aprendizados.
Durante cinco dias a equipe participou dos trabalhos de escavações em um dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo, tanto histórica como biblicamente – a cidade de Laquis ou Lakhish, a 44 quilômetros de Jerusalém, em Israel, que era a segunda mais importante cidade do Reino de Judá, em virtude de sua localização estratégica e que no ano de 701 antes de Cristo foi completamente destruída pelo rei assírio Senaqueribe.
Entre os estudantes do Unasp estava o médico psiquiatra e artista plástico do Amapá, Augusto Leite, que ficou num ponto de escavação com supervisão de dois arqueólogos da Universidade da Coreia do Sul, que foram alunos de doutorado de Yosef Garfinkel, professor de arqueologia pré-histórica e arqueologia do período bíblico, da Universidade Hebraica.
Augusto foi o primeiro a encontrar um artefato, logo no primeiro dia das escavações, uma alça de jarro cananita de pelos menos 2.700 anos de idade. O médico e artista vibra ao lembrar que segurou nas mãos um objeto deixado por outro ser humano sabe lá em que circunstâncias, podendo ter sido no calor de uma batalha ou talvez em sua última refeição antes de morrer.
“É uma sensação indescritível, porque na continuidade descobrimos se tratar de uma cozinha, onde tinha muitas cerâmicas; o canto da parede chamuscada e queimada de fogo, ossos de animais, um colar de pedras com características egípcias. Logo em seguida, a colega de escavação, carioca Meire, encontrou um jarro e um prato; outro colega, o Silvio, achou um brinco de bronze, trabalhando na peneira”, descreve Augusto Leite.
Em seguida, o estudante lembra que momentos depois a equipe chegou a uma camada de extrato da era de Salomão; indo mais fundo, toparam com a era pré-cananita. Augusto conta que a descoberta deixou os professores coreanos encantados com a sorte dos estudantes de encontrarem coisas, determinados em escavar com todo afinco e dedicação.
Emocionado, o médico amapaense diz: “Sinto-me muito privilegiado por Deus me dar esta oportunidade única de poder ficar ao lado de tantos professores brilhantes num sítio arqueológico tão importante, trazendo à luz dos tempos modernos o passado de uma história bíblica dos primórdios da nossa civilização”.
Doutor Augusto atenta que quem assistiu no cinema às aventuras de Indiana Jones, deve acalentar o sonho de um dia estar numa aventura como a que ele esteve, mas alerta que não se iluda com a glamourosa visão da arqueologia, pois a atividade é séria, tendo de acordar às 4h da manhã para iniciar os trabalhos às 5h, por causa do calor escaldante no decorrer do dia.
Após breve descanso do almoço a equipe tem que lavar, contar e catalogar as cerâmicas descobertas por todos, durante o dia. Em seguida, aula teórica com o professor Rodrigo Silva, de quem Augusto Leite deixa o registro de sua dedicação em querer passar o máximo de conhecimento aos alunos, através de uma didática fantástica e maneira muito simples e humilde de lidar com todos.
“Foi uma dessas experiências de se levar para o resto da vida. Muita gratidão a Deus, e quem sabe um dia, se a universidade permitir, poder retornar e ver a cidade totalmente escavada, quem sabe com mais segredos revelados nas areias de Laquis”, finaliza o postulante a arqueólogo.
 
								 
															



