Protagonismo feminino é evidenciado nos levantamentos estatísticos e nas avaliações aplicadas pelo Inep.
esmo com os obstáculos na trajetória pela igualdade de oportunidades, seja durante a formação escolar, em níveis superiores ou no mercado de trabalho, as mulheres são predominantes em diversos âmbitos da educação brasileira. Estudos, pesquisas e exames realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) refletem a superioridade quando se trata de levantamentos sobre o cenário educacional no Brasil. Elas são, em grande parte, maioria entre estudantes e docentes, assim como lideram índices relacionados a cargos de gestão e à participação em avaliações. Com a visibilidade proposta pelo Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta segunda-feira, 8 de março, este protagonismo se faz evidente e incontestável.
De acordo com a primeira etapa do Censo Escolar 2020, divulgada pelo instituto em janeiro, 2,2 milhões de docentes atuam na educação básica brasileira. Em todas as etapas de ensino, as mulheres são maioria (96,4% na educação infantil, 88,1% nos anos iniciais do ensino fundamental, 66,8% nos anos finais do ensino fundamental e 57,8% no ensino médio). No que diz respeito à gestão educacional, o Censo Escolar 2020 registrou 188.361 gestores declarados em 179,5 mil escolas. Destes, 85,6% são diretores e 14,4% possuem outros cargos. As mulheres ocupam 80,6% dos cargos de diretoria.
Já dados do Censo da Educação Superior 2019, divulgado pelo Inep e pelo Ministério da Educação (MEC) em outubro de 2020, revelam que as mulheres possuem índices de produtividade maiores em relação aos homens. Por meio da pesquisa, é possível acompanhar os índices de conclusão, desistência ou permanência dos estudantes, em um curso, ao longo do tempo. Por isso, os números do levantamento são fundamentais para a implementação de políticas que visem ao aumento da produtividade do sistema de ensino, no que diz respeito a produzir concluintes na educação superior. Dos perfis monitorados pela pesquisa, as mulheres correspondem a 43% dos concluintes do mesmo curso em que ingressaram, quando se trata da última década (2010-2019). Os homens representam 35%.
Representatividade – Ao mensurar a participação em exames e avaliações, as mulheres também costumam representar a maior fatia do bolo. As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 foram, majoritariamente, realizadas por elas. Mais de 3,4 milhões (60%) de participantes do sexo feminino se inscreveram. Das 96.086 inscrições para o Enem Digital 2020, 55.602 (57,8%) foram delas. O cenário se repete no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2020, que ocorrerá em abril. Dos mais de 1,7 milhão de inscritos, 987.884 são mulheres, o que corresponde a 54,9%.
Chegando ao nível superior, é possível verificar a mesma tendência de predominância. No Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2019, divulgado em outubro de 2020, 55% dos participantes foram mulheres. Vale pontuar que, nesta edição do Enade, foram avaliados cursos de bacharelado em engenharia, arquitetura e urbanismo, ciências agrárias, ciências da saúde e áreas afins, além dos cursos tecnológicos nas áreas de ambiente e saúde, produção alimentícia, recursos naturais, militar e de segurança.
O desempenho dos recém-formados em medicina no ciclo mais recente do exame foi objeto de análise particular, por se tratar de médicos que chegam ao mercado de trabalho no contexto da pandemia de COVID-19, tendo em vista que esses profissionais, juntamente com outros da área de saúde, possuem papel central na redução dos impactos causados pela crise sanitária. O levantamento feito pelo Inep mostrou que, entre as características predominantes dos estudantes concluintes dos cursos da área, está o fato da maioria ser composta por mulheres, 59%, enquanto os homens correspondem a 41%.
Ainda no âmbito da saúde, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2020 também traduziu a prevalência atestada em outros exames aplicados pelo Inep. Dos profissionais de medicina que se inscreveram para esta edição, 51,8% (8.016) foram mulheres.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Inep