Parceria da UFPE com a UFRGS descobre nova espécie de camarão no Brasil

Pesquisadores encontraram crustáceo no litoral de Pernambuco

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em parceria com cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), encontrou uma nova espécie de camarão nos corais de praias do litoral de Pernambuco. Com a participação de bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),  a descoberta foi publicada na revista científica Journal of Crustacean Biology, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

O trabalho de identificação da nova espécie surgiu a partir da pesquisa de pós-doutorado de Gabriel Lucas Bochini, com a colaboração de Andressa Cunha e Alexandre Almeida, ambos da UFPE, e Mariana Terossi, da UFRGS. Durante a pesquisa, a equipe encontrou a nova espécie em armadilhas espalhadas no mar, nas áreas de Suape e da Praia dos Carneiros. O camarão mede cerca de 1cm e é diferente dos demais, com características bastante peculiares, como, por exemplo, a pele extremamente colorida. Isto o difere das espécies mais comuns, que são normalmente acinzentadas ou rosadas.

“A descoberta em si, de um novo camarão, de uma espécie nova, é muito importante. Esse camarão é muito pequeno, mede menos de 1 centímetro. É muito pequenininho. Então, você não vai conseguir comer, não vai produzir este camarão para a alimentação. Mas, quando se conhece as espécies que estão naquele ambiente, também se consegue elaborar planos para proteção ambiental. A gente só pode proteger o que a gente conhece”, explica o coordenador da pesquisa, Gabriel Bochini, da UFPE.

A comprovação de que o crustáceo é uma nova espécie foi feita pela professora Mariana Terossi, a partir da análise de amostras do tecido do abdome do animal, no Laboratório de Carcinologia da UFRGS, e pelo sequenciamento de DNA. Para surpresa geral, a equipe descobriu, entretanto, que o animal não é apenas uma nova espécie, mas também um novo gênero.

O camarão foi batizado pela equipe como Chicosciencea pernambucensis, em homenagem ao artista Chico Science, falecido há 23 anos, que foi um expoente do movimento manguebeat, em Pernambuco. O primeiro nome, Chicosciencea, identifica o gênero, enquanto o segundo, Pernambucensis, indica a espécie. “Decidimos homenagear Chico Science por tudo aquilo que ele representa, não só para Pernambuco em si, mas por ele sempre ter sido sempre uma pessoa engajada na pesquisa, na divulgação, na conservação do meio ambiente. Ele era uma pessoa muito preocupada com o aspecto social”, destaca Bochini.

A CAPES é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

(Brasília – Redação CCS/CAPES)

Foto: Arquivo pessoal

Fonte: CAPES