Pesquisa da UFV propõe modelo para monitoramento contínuo da COVID-19

Acompanhamento da COVID-19 a médio e longo prazo em cidades do interior do Brasil será fundamental para controlar novos surtos da epidemia. Professor SIlvio Costa acredita que modelo pode servir, inclusive, para prever novas epidemias no planeta

Selecionado pelo Programa de Combate a Epidemias, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o projeto apresentado pelo pesquisador Sílvio Costa, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, pretende criar um modelo de previsão matemática, computacional e estatística para acompanhar e prever da disseminação da COVID-19 no País. O trabalho foi inspirado no modelo proposto recentemente pela Espanha, onde dados demográficos, epidemiológicos, comportamentais e de mobilidade são usados para estudar o avanço da doença.

“A versão brasileira do modelo já está sendo implementada e estamos colhendo dados para fazer predições sobre a pandemia e ver a sua disseminação pelas cidades do Brasil”, anuncia o pesquisador, professor do Departamento de Física da UFV e membro do Programa de Pós-Graduação em Física desde 2005. No caso do Brasil, Sílvio quer aplicar o modelo de modelagem para estudar, sobretudo, o avanço da COVID-19 em cidades do interior do país.

Uma das abordagens empregadas na pesquisa financiada pela CAPES será o uso de dados georreferenciados para a determinação tanto dos níveis de confinamento quanto de mobilidade intermunicipal. “Focaremos em áreas urbanas para observar a mobilidade recorrente, na qual indivíduos retornam às suas regiões de residência após visitar outras regiões. Isso ocorre, por exemplo, em mobilidade pendular, onde pessoas de uma cidade estudam ou trabalham em outra. Também deveremos incluir fluxo por vias aéreas, terrestres e hidroviárias”, assinala o pesquisador.

Silvio Costa elogia a iniciativa da CAPES em estimular pesquisas na área da investigação epidemiológica. Ele acredita que a formação de profissionais qualificados será fundamental para preparar a ciência brasileira para o enfrentamento de novas epidemias. “Essa pandemia pode ser considerada apenas a primeira da era moderna e já nos deixa uma lição importante. Outras epidemias virão e os pesquisadores terão que estar preparados para saber como enfrentar e aplicar todos o aprendizado acumulado com COVID-19”, encerra.

Programa Combate a Epidemias

É um conjunto de ações de apoio a projetos, pesquisas e formação de pessoal de alto nível para enfrentar a pandemia da COVID-19 e temas relacionados a endemias e epidemias, no âmbito dos programas de pós-graduação de mestrado e doutorado do País. O Programa está estruturado em duas dimensões: Ações Estratégicas Emergenciais Imediatas e Ações Estratégicas Emergenciais Induzidas em Áreas Específicas.

Em três editais, 109 projetos de pesquisa e formação de recursos humanos foram selecionados, com o envolvimento de mais de 1.300 pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras. Os projetos vão estudar temas relacionados a Epidemias, Fármacos e Imunologia e Telemedicina e Análise de dados Médicos.

Confira no Programa de Combate a Epidemias os detalhes dos três editais:
CAPES – Epidemias – Edital nº 09/2020
CAPES – Fármacos e Imunologia – Edital nº 11/2020
CAPES – Telemedicina e Análise de Dados Médicos – Edital nº 12/2020

Confira o resultado final do Edital nº 09/2020
Confira o resultado final do Edital nº 11/2020
Confira o resultado final do Edital nº 12/2020

Foto:  Arquivo pessoal

Fonte: CCS/CAPES