Pela primeira vez, fósseis de pterossauros – répteis voadores do Período Cretáceo, há cerca de 100 milhões de anos – foram confirmados na Formação Romualdo, no Piauí. A descoberta, publicada na revista Anais da Academia Brasileira de Ciências, amplia a distribuição geográfica desses animais no Brasil e destaca o protagonismo das universidades nordestinas na produção de ciência de ponta.
Os fósseis – duas falanges da asa de indivíduos diferentes – foram coletados no município de Simões (PI) pela equipe do Laboratório de Paleontologia de Picos (LPP/UFPI), coordenada pelo Prof. Dr. Paulo Victor de Oliveira. A preparação foi realizada no Laboratório de Paleontologia da URCA (LPU), no Cariri cearense, sob supervisão do Prof. Dr. Renan Bantim.
A análise revelou que um dos indivíduos era jovem e o outro adulto. O trabalho envolveu pesquisadores da URCA, UFPI, UFPE e Museu Nacional/UFRJ, incluindo a Dra. Juliana Manso Sayão e o doutorando Esaú Araújo, além da especialista Dra. Flaviana Lima (UFPE).
Para o prof. Dr. Renan Bantim, vice-coordenador do Laboratório de Paleontologia da URCA, a descoberta mostra a importância do Cariri e de regiões ainda pouco estudadas “Esse registro não só expande a ocorrência de fósseis de pterossauros para o Piauí, mas também ressalta a importância do Cariri como polo de referência em paleontologia e a necessidade de investir em áreas subexploradas, que guardam muitos segredos sobre a vida pré-histórica no Gondwana”, afirma.
Já segundo o prof. Dr. Paulo Victor de Oliveira, essa descoberta reafirma a vocação do Piauí para a paleontologia e é fruto de mais de uma década de pesquisas na região, conduzidas com apoio da UFPI Campus Picos e da gestão municipal.
O estudo contou com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Paleovertebrados (INCT Paleovert), fortalecendo a colaboração entre universidades do Nordeste.
O artigo completo está disponível gratuitamente no link:
https://www.scielo.br/j/aabc/a/rFDHP376M8JtCz3ppTC8Xqs/abstract/?lang=en