Os dois projetos de lei que criam a Universidade Gratuita em Santa Catarina foram aprovados em votação final na Assembleia Legislativa (Alesc), nesta terça-feira (11), com apenas dois votos contrários.
Principal promessa de campanha do governador Jorginho Mello (PL), o programa busca ofertar mais de 80 mil bolsas de estudo em faculdades comunitárias.
A votação envolveu dois projetos:
- 1º: Amplia o fundo estadual para bolsas em universidades particulares
- 2º: Cria as regras do programa, como os valores aplicados pelo Estado e as contrapartidas que estudantes e instituições de ensino precisarão cumprir.
Votaram contra os deputados estaduais Marquito (PSOL) e Matheus Cadorin (Novo). Marquito justificou que não é favorável ao projeto, após o voto, por causa de uma norma facultativa que poderá exigir exame toxicológico dos beneficiados (veja abaixo).
Exame toxicológico
Nos projetos também foi incluída uma norma facultativa que poderá exigir o exame toxicológico de estudantes beneficiados pelo programa.
O trecho do tema cita que a comissão de fiscalização poderá exigir dos estudantes, por amostragem, laudo com resultado negativo de exame toxicológico, a ser custeado pelo Estado, na forma prevista em decreto do governador.
Em manifestação após a votação, o deputado Marquito citou como justificativa para o voto contrário a emenda. Segundo ele, a alteração “traz insegurança” no âmbito constitucional e seria “desnecessária”.
Entenda os projetos
O programa Universidade Gratuita foi proposto pelo governo de Santa Catarina para oferecer bolsas de estudo para ensino superior em universidades comunitárias do estado.
Na semana passada, os deputados aprovaram o primeiro dos três projetos que compõem o pacote enviado pelo governo do Estado para criar o Universidade Gratuita.
Trata-se de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que excluía do texto constitucional estadual os artigos que determinavam percentuais de bolsas de estudo pagas pelo Estado em universidades comunitárias.
Agora, para o governo poder implantar as vagas gratuitas em universidades da Acafe, ainda é necessária a aprovação dos outros dois projetos de lei.
O Projeto de Lei Complementar 13/2023 é a proposta que institui especificamente as regras para a criação do programa, com detalhamento dos recursos e das regras de contrapartida para estudantes, que incluem 20 horas de serviços prestados para cada mês de benefício recebido.
A outra proposta é o Projeto de Lei 162/2023. A medida institui um novo formato e direciona mais recursos ao Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes). O fundo é um mecanismo que direciona recursos para bolsas em universidades particulares — que possuem fins lucrativos e não serão atendidas com bolsas no formato do Universidade Gratuita.
Fonte: G1