Reitor da PUC Minas encerra 2º Ciclo de Palestras do projeto Sementes do Saber

O Reitor da PUC Minas, Prof. Dr. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva, encerrou a programação do 2º Ciclo de Palestras Sementes do Saber, na tarde do dia 30 de agosto, no auditório do Museu de Ciências Naturais, no Campus Coração Eucarístico, com transmissão ao vivo para os campi do interior por meio da plataforma Teams. Ele ministrou a palestra Liderança ética: identidade e propósito, que foi mediada pelo Diretor de Finanças e Controladoria da Sociedade Mineira de Cultura (SMC) e Pró-Reitor de Gestão Financeira da PUC Minas, Prof. Paulo Sérgio Gontijo do Carmo.

Ao introduzir a palestra, Prof. Paulo Sérgio Gontijo do Carmo pontuou que um dos maiores desafios enfrentados por uma pessoa é a coerência: agir e viver de acordo com o discurso que se assume. Coerência, portanto, nada mais é que encurtar a distância entre o discurso e o gesto. “Penso que a coerência ética é o desafio mais exigente porque a ética não comporta meio-termo. Não dá para ser parcialmente ético. Nesses dois anos de reitorado, não tenho dúvida alguma da coerência ética que o Prof. Dr. Pe. Luís tem empreendido à frente dessa Universidade”, afirmou.

Liderança ética: identidade e propósito

O Reitor começou sua palestra analisando a etimologia das palavras liderança e ética. Ele explicou que líder, palavra originária do inglês, é aquele que exerce a função de guiar, de conduzir, tirar alguém de um lugar e levá-lo a outro. A palavra, portanto, não traz consigo um valor na origem da palavra, mas, simplesmente, um movimento. Justamente por ser o responsável pela condução de um grupo, um líder cumpre a tarefa de atentar-se ao espaço, ao tempo e, sobretudo, às pessoas.

Segundo ele, a palavra ética, do grego ethos, possui duas origens distintas. A primeira indica uso, costume. Já a segunda, caráter. Ambos os conceitos culminam no entendimento de ética que temos hoje. Os costumes criam identidades e padrões, ou seja, organizam os fluxos e as formas com que as pessoas lidam com o outro e com o ambiente. Representa, portanto, a dimensão de exterioridade. Já a segunda origem reflete o conceito de interioridade: a construção da índole de um indivíduo.

Ele concluiu, portanto, que um líder não é um diretor, concentrado apenas em questões objetivas, e uma liderança ética não é uma liderança que se baseia somente nos aspectos externos, periféricos, mesmo que sejam úteis. A partir desse entendimento, ele pontuou que, para ele, um líder é aquele que se deixa guiar por sua visão e por sua audição. Necessita ser uma pessoa de visão, que enxerga longe, pois é necessário saber aonde se quer chegar para poder guiar as pessoas que estão sendo conduzidas por ele. Ao mesmo tempo, é necessário desenvolver a escuta, isso porque enquanto o tempo da visão não depende do outro, mas somente do sujeito que empreende o tempo de que necessita para permanecer ou não no que vê, a escuta obriga o sujeito a se colocar na perspectiva do tempo de fala do outro. Logo, se a visão é imprescindível porquê ela percebe o presente e vislumbra o futuro, a escuta nos coloca no tempo do outro.

Na PUC Minas, a função de um líder é, em primeiro lugar, o compromisso institucional e ético com a Universidade, desenvolvendo o olhar de querer que o outro cresça nas várias dimensões do seu espaço. Para se alcançar esse objetivo, é necessário que a reflexão seja um hábito perene dos líderes. Para o Reitor, a reflexão é mãe da criatividade e da inovação, pois quem reflete visita sua interioridade, pensa no outro, pensa nas qualidades de quem pode estar ao seu lado para colaborar no setor, pensa nas dificuldades de quem está no setor e investe em encaminhamentos para ajudar aquela pessoa.

Ele finalizou sua explanação reforçando o que considera ser o ponto principal da vocação de um líder: o que faz um líder ser líder é o seu caráter, e caráter tem a ver com índole, com interioridade, e a dimensão interior precisa ser alimentada pela busca do conhecimento de si e das habilidades do ambiente onde estamos inseridos. Todas as pessoas podem crescer o tempo todo, e esse é o elemento mais bonito da existência.

Por fim, Pe. Luís Henrique destacou que a espiritualidade cristã se baseia no ágape, no amor-doação, que é aquele amor que pensa no outro e que o trata como irmão, fazendo votos para que as sementes lançadas durante sua reflexão encontrem espaço em corações com terrenos férteis, observando que ele pode até lançar as sementes, mas a missão de fazê-las germinarem e frutificarem é unicamente de cada pessoa.

Sementes do Saber

Promovido pela área de Gestão de Pessoas da Sociedade Mineira de Cultura (SMC) para professores, funcionários e líderes das Instituições que integram a Arquidiocese de Belo Horizonte – Colégio Santa Maria Minas, Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc), Mitra Arquidiocesana, Providens – Ação Social Arquidiocesana, PUC Minas, Rede Catedral de Comunicação e SMC – o Ciclo de Palestras integra o projeto Sementes do Saber, que foi criado em 2020 com o objetivo de capacitar continuamente os profissionais. Trata-se da divulgação de materiais produzidos com temas específicos, seguido de dicas pontuais que mostram os caminhos para quem tiver interesse em se aprofundar sobre o assunto.

Aproveitando o simbolismo do nome do evento, a Diretora de Recursos Humanos da SMC e Pró-reitora de Recursos Humanos da PUC Minas, Profa. Dra. Liza Fensterseifer, refletiu que assim como as sementes, que precisam de cuidados para crescer e prosperar, as ideias e conhecimentos pautados e tratados durante os cinco dias de evento também precisam ser cultivados. “De nada adianta lançar as sementes no solo, mas não acervar adequadamente e não cuidar delas para que germinem e floresçam”, destacou, ao observar que a riqueza dos conteúdos apresentados e a troca de experiências dos debates garantem apenas a semeadura das sementes, mas não o seu crescimento. “Plantada a semente está, mas cabe a cada um de nós regá-la com dedicação e compromisso, transformando o aprendizado em ações concretas e de real impacto para as instituições das quais fazemos parte. O verdadeiro valor do conhecimento está em como o aplicamos em nosso dia a dia”, afirmou.

Ela finalizou fazendo votos para que todos os professores, funcionários e gestores presentes possam levar para suas respectivas atividades e equipes de trabalho as lições adquiridas, cultivando o desenvolvimento e o aprimoramento das práticas profissionais. “Que continuemos a nutrir as sementes que plantamos nesses dias, transformando-as em projetos inovadores e em soluções realmente impactantes. Reitero meu desejo de que todos tenham saído inspirados, tocados e motivados para aplicar o conhecimento adquirido com as atividades do Sementes do Saber nas suas rotinas profissionais. Que possamos cultivar um ambiente de crescimento e de inovação, aprendendo e desenvolvendo nossas habilidades a cada dia. Que as sementes plantadas ao longo desses dias germinem e se transformem em fruto de sucesso e de realização”, encerrou.

Fonte: PUC Minas