UFS é pioneira em dobrar percentual de cotas em concursos

Universidade Federal de Sergipe, vinculada ao MEC, passará a ter 40% das vagas para seleções de professores e servidores reservadas a pessoas negras, o dobro do que determina a lei. Decisão é inédita no país

A Universidade Federal de Sergipe (UFS), instituição vinculada ao Ministério da Educação (MEC), ampliou de 20% para 40% o percentual de cotas raciais em seus concursos realizados a partir de agora. A decisão é inédita no Brasil e ajudará a corrigir distorções no acesso de pessoas negras a cargos públicos no âmbito federal, expandindo a equidade e a justiça social. 

A ampliação do percentual de cotas é resultado dos estudos realizados por um grupo de trabalho criado na UFS com o objetivo de reduzir as desigualdades de acesso em todos os níveis da instituição. A universidade foi a primeira do país a aderir ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 18 (ODS 18), criado pelo governo federal em 2023 para a promoção da igualdade racial. 

O anúncio foi feito na quarta-feira, 9 de outubro, durante a realização do Seminário A Adesão da UFS à Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. A universidade também foi vanguardista ao aderir à Convenção, que possui 22 artigos e estabelece obrigações referentes à proteção do ser humano contra a discriminação e a intolerância baseadas em raça, cor, ascendência, origem nacional ou étnica. 

A gerente de Projeto da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC, Maria Nilza da Silva, e o diretor-executivo da Educrafro, frei David Santos, palestraram no seminário. O evento também contou com a presença de representantes do Ministério Público Federal (MPF) e de outras autoridades. 

“Discutir e implementar ações de combate a todas as formas de racismo é fundamental para que transformemos a sociedade de forma a garantir que a universidade e o serviço público, em geral, sejam reflexos da diversidade do nosso país”, afirmou Silva. 

Igualdade racial – O reitor da UFS, Valter Santana Filho, anunciou, ainda, a composição de três grupos de trabalho: um para a construção do Observatório da Igualdade Racial; outro para a proposição de políticas de equidade de gênero e cor; e o último para a criação da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, Equidade e Pertencimento. Os grupos serão coordenados por Sara Rogéria, docente do campus de Itabaiana (SE), e por Patrícia Rosalba, professora do Observatório de Políticas Sociais. 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Sesu e da UFS