Evento aconteceu também em espaços da UFRJ, do Cefet-RJ e do Jardim Botânico, entre os dias 3 e 5 de junho
A UNIRIO recebeu, no dia 4 de junho, parte da reunião do Colégio de Pró-Reitores de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior (Cograd). O encontro foi realizado entre os dias 3 e 5 de junho e, além da UNIRIO, também sediaram atividades a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A programação incluiu painéis e palestras sobre ensino a distância, formação do docente de ensino superior no país, sustentabilidade e educação regenerativa, além de apresentações culturais.
A pró-reitora de Graduação da UNIRIO, Luana Aquino, avaliou positivamente a reunião do Cograd. Ela destacou três pontos da programação do encontro:
– o encorajamento político, na mesa de reitores, para que as câmaras de graduação das Ifes adaptem suas contribuições e normativas para novas demandas pedagógicas e de perfil de estudantes universitários;
– os dados apresentados do Consórcio Cederj como um exemplo prático de que, quando garantido o fomento regular aos cursos de educação a distância (EAD), eles obtêm os mesmos conceitos Enade de qualidade dos cursos presenciais;
– os avanços do novo marco regulatório EAD para a garantia de uma oferta responsável da formação, bem como o incentivo – pelos especialistas convidados da área de educação, comunicação e informática – para que ferramentas híbridas de ensino possam ser mais utilizadas, a depender das habilidades e competências desejadas, bem como um uso ético e seguro da inteligência artificial (IA).
O diretor de Programas e Atividades Especiais de Ensino de Graduação, Ronaldo Busse, valorizou a organização conjunta do encontro do Cograd, que contou com a UNIRIO, UFRJ e Cefet-RJ como anfitriões, tendo em vista a otimização de recursos, programação e potencial de especialistas de cada universidade.
Ensino híbrido
A atividade na UNIRIO, realizada no auditório do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia (CCET), incluiu as palestras dos professores José Moran (USP), sobre a transformação na educação e no ensino híbrido, e Mariano Pimentel (UNIRIO), sobre os usos da IA na educação.
Com décadas de experiência na docência, José Moran ressaltou a dificuldade prática de realizar mudanças nos processos de ensino, mesmo com o entendimento de que há uma defasagem nessa área.
“Vocês são competentes, têm boa vontade, mas institucionalmente e organizacionalmente estamos indo muito mais devagar do que o mundo espera”, dirigiu-se aos pró-reitores.
Na palestra, Moran apresentou algumas experiências de educação com modelos focados nos alunos, com atuação por projetos e mentorias, de forma mais interessante. E listou três componentes do que acredita ser uma educação criativa transformadora: metodologias ativas, com foco na aprendizagem por descoberta, investigação e solução de problemas; modelos híbridos, com a combinação integrada e flexível de atividades em espaços e tempos presenciais e digitais; e a utilização criativa das plataformas e aplicativos digitais com IA em cursos presenciais, semipresenciais e a distância.
“Precisamos pensar numa concepção ecossistêmica de educação e ampliar o conceito de híbrido para além do on-line e off-line. Um híbrido mais abrangente, que mistura áreas do conhecimento, por exemplo. Creio que o caminho para o futuro é o da integração, não da exclusão de um modelo em detrimento do outro”, pontuou.
IA generativa e educação
O professor Mariano Pimentel, do Departamento de Informática Aplicada, abordou aspectos da IA na educação, a partir de sua experiência como professor universitário e como pesquisador do tema.
Mariano defende que, devido à popularização do acesso às ferramentas de IA generativas, é preciso reconhecer novas práticas de leitura e escrita, que são as bases dos processos criativos. Ele observa que os usos desses recursos são variados e nem sempre causam prejuízos, mas é preciso fazer um uso responsável das ferramentas.
“Uma escrita assistida pode ser ética ou apenas plágio, caso seja delegada à IA, especialmente no contexto acadêmico, em que a autoria deve ser expressão de nossa capacidade intelectual. Por isso, é preciso fornecer uma educação para o uso”, analisou.
Na palestra, Mariano apresentou algumas oficinas que ele ministra para professores, em que há uma discussão teórica e uma formação prática com algumas ferramentas. Para o docente, a educação do futuro passa pela mediação híbrida entre humanos e IA, com ampliação do uso dessas ferramentas para o uso pedagógico, uma vez que a conversação e a cocriação com a IA, após idas e vindas, geram aprendizagem.
Fonte: ASCOM/UNIRIO