A Universidade do Estado da Bahia (UNEB), por meio das Pró-Reitorias de Pesquisa e Ensino de Pós-Graduação (PPG), de Extensão (Proex) e de Ensino de Graduação (Prograd) e do Departamento de Ciências da Vida (DCV), Campus I, em Salvador, vai iniciar a primeira turma do Programa de Formação da Universidade dos Pacientes/UNEB.
A instalação da iniciativa será realizada amanhã (12), às 8h30, na sala 316, do Pavilhão 2 do DCV. A ação é resultado do acordo de Cooperação Acadêmica e Científica celebrado entre a UNEB e a Université des Patients / Santé Sorbonne Université (UdP-Sorbonne) de Paris, França.
O programa busca integrar pacientes como parceiros ativos no Sistema Único de Saúde (SUS), valorizando suas experiências e reconhecendo os saberes adquiridos ao longo da vida.
A atividade marca o início da primeira formação de pacientes e cuidadores experts em doença falciforme, com uma turma de 12 participantes selecionados junto às Associações Baianas de pacientes.
As aulas serão presenciais e totalizam 54 horas de formação. O primeiro ciclo de atividades será realizado entre os dias 11 e 13 de agosto. O objetivo é diplomar pacientes e cuidadores que desejam usar sua experiência com a doença falciforme para transformá-la em conhecimento especializado em benefício de outros pacientes, cuidadores e equipes de saúde.
Dentre as doenças crônicas, a doença falciforme foi escolhida para iniciar a formação da Universidade dos Pacientes na UNEB, por conta da sua prevalência no Estado da Bahia. Em geral, a doença acomete majoritariamente pessoas negras, que são também o contingente populacional majoritário do Estado.
Université des Patients
A Faculdade de Medicina da Universidade Sorbonne foi o primeiro estabelecimento de ensino superior a abrigar uma Universidade de Pacientes. A ideia de uma Universidade dos Pacientes surgiu com o trabalho pesquisadora Catherine Tourette-Turgis, em 1997, quando ela acompanhava pacientes com AIDS.
A iniciativa tornou-se um programa pedagógico em 2009, integrando pacientes com experiência em doenças crônicas no ensino universitário, especificamente em cursos de educação terapêutica.
A proposta busca validar a vivências dos pacientes e promover uma abordagem mais humanizada na área da saúde. Ela é direcionada especialmente a pessoas que vivem com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), incentivando a sua participação efetiva nas políticas e práticas de saúde.