Capitais concentram 65% dos programas de pós-graduação do Nordeste

Assim como o resto do País, o Nordeste tem na interiorização um caminho para o crescimento de sua pós-graduação. A região conta com 1.207 programas de pós-graduação (PPG), 65% deles concentrados nas capitais — dessas, só Teresina (PI) não fica no litoral. A CAPES apresentou o dado na Reunião Anual da Regional Nordeste do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop) nessa segunda-feira, 4 de setembro, em Maceió (AL).

Setenta e oito dos 1.794 municípios nordestinos têm programas de pós-graduação e só quatro deles, todos na faixa litorânea, contam com PPG avaliados com nota 7, conceito máximo da Avaliação Quadrienal liderada pela CAPES. “Precisamos interiorizar. A interiorização da pós-graduação é fundamental não só para o Nordeste, mas para a soberania nacional e para termos um país mais equânime”, afirmou Laerte Ferreira, diretor de Programas e Bolsas no País da Fundação, responsável pela apresentação.

Outro dado trazido por Ferreira é o de que o Brasil, apesar de figurar entre os 15 países com maior produção científica, ainda forma menos mestres e doutores por 100 mil habitantes do que as nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Como não há recursos de sobra para uma expansão orgânica do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), forma de crescimento mais comum nesses quase 60 anos, a interiorização perpassa diversos temas.

Neste sentido, uma “internacionalização mais inclusiva”, como pontuou o diretor, envolve o Portal de Periódicos, para que pesquisadores tenham acesso ao que há de mais atual na produção científica, e ações estratégicas que atendam a demandas locais. A presença da CAPES e a proposição de reflexões sobre a pós-graduação foram ressaltadas por Robério Silva, presidente do Foprop: “Sentimos estar vivendo um momento de retomada”.

 

Fonte: CAPES