Ciência para elas: projeto de extensão da UEL inicia meninas nas áreas de Exatas e Tecnologia

Apesar do gênero não influenciar nas atividades desenvolvidas, ainda existem profissões que são consideradas masculinas e seguem sendo dominadas por homens, como as áreas de Tecnologia, Exatas e Engenharias. Com o objetivo de mudar esse panorama, o projeto de extensão “Techninas – Ciências e Tecnologia para Meninas” já apresentou esses setores para 32 adolescentes do Ensino Fundamental II, com idades entre 11 e 14 anos.

Iniciado no Departamento de Engenharia Elétrica, do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU), o projeto atua, desde 2018, na Escola Estadual Dr. Olavo Garcia Ferreira da Silva, Zona Oeste de Londrina. A coordenadora do projeto, Maria Bernadete de Morais França, do Departamento de Engenharia Elétrica, explica que a instituição foi escolhida por estar em uma região de baixo índice de desenvolvimento. “Adoraríamos que o número de participantes fosse maior, mas, considerando todas as dificuldades que essas meninas devem ter, achamos que é um bom número”, diz.

As atividades desenvolvidas incluem trabalhos teóricos e práticos que são realizados aos sábados, no período de um ano. Ao término, um novo grupo de meninas é selecionado para participar. Atualmente, o projeto funciona com a colaboração de estudantes e professores dos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Matemática, Geografia e Pedagogia.

“Primeiro, temos todo um trabalho com as alunas que serão monitoras, pensando em quais oficinas vamos trabalhar. Então, com as participantes, nós trabalhamos conceitos de matemática e lógica, mostramos um pouco de programação lúdica, como joguinhos, e depois entramos no conceito básico de utilizar kits robóticos. A ideia é, no final do ano, desenvolvermos um trabalho prático”, diz França, que explica que todas as oficinas são intercaladas com atividades lúdicas, como pinturas e filmes, para que as meninas “aprendam sem notar que estão aprendendo”.

Professora Maria Bernadete de Morais França, coordenadora do Techninas. Atividades lúdicas propostas pelo projeto ensinam de forma leve (Foto: Agência UEL).

 

Neste ano, as atividades foram iniciadas com 12 meninas. Durante o primeiro semestre, as oficinas foram realizadas na escola, mas, no segundo semestre, estão sendo feitas na UEL, para que as participantes tenham contato com a Universidade e se interessem por ela e pelas áreas das Exatas e Engenharias – ou qualquer outra.

A coordenadora explica a importância do projeto para que as meninas conheçam esse universo e tenham mais recursos para escolher uma profissão no futuro. “As pessoas falam que ‘meninas não gostam mesmo’ (da área de Exatas), mas uma coisa é não gostar e outra coisa é não ser incentivada a gostar, não ser mostrado que você pode fazer aquilo também. E a ideia é essa. Por mais que a gente vá lá e mostre tudo, se a menina disser ‘não quero fazer isso, quero fazer outra coisa’, ótimo, ela pode fazer o que quiser, mas ainda assim teve oportunidade de saber que é possível atuar na área.”

Histórico do projeto
Entre o ano de 2018 e o primeiro semestre de 2020, o projeto foi coordenado pela professora Silvia Galvão de Souza Cervantes, que atualmente está aposentada, e era intitulado “Techninas – Robótica para Meninas”. À época, 20 meninas participaram, além de outros 17 estudantes de graduação da UEL e três professoras do Departamento de Engenharia Elétrica. Ao término das atividades, as meninas desenvolveram um trabalho que foi exposto na IV Mostra de Trabalhos ROBOLON.

Trabalho apresentado na IV Mostra de Trabalhos ROBOLON (Foto: Arquivo pessoal).

 

A segunda versão do projeto, que passou a se chamar “Techninas – Ciências e Tecnologia para Meninas”, teve início ainda em 2020, sendo contemplado na Chamada MCTIC/CNPq n° 05/2019 – Programa Ciência na Escola. A partir daí, o projeto passou a ser coordenado por Maria Bernadete. Devido à pandemia, as atividades foram realizadas de forma remota até o final de 2021, tendo como foco a criação de conteúdo e disponibilização desse material para o público pelas redes sociais.

 

Fonte: O Perobal/UEL