CRUB presente no 64º Fórum de Reitores da Abruem

O professor Afranio Gonçalves Castro, secretário executivo do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), participou no dia 13 de junho, do 64º Fórum Nacional de Reitores da Abruem (Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais), o evento aconteceu nas dependências da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em Brasília/DF.

Esta edição do Fórum debateu o tema “Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional e o Papel da Pós-Graduação na Correção das Assimetrias”, buscando possibilitar não somente a criação de instrumentos de enfrentamento do problema no campo das políticas de gestão, como também criar condições para o fortalecimento de ideias, pensamentos e deliberações coletivas.

Na abertura do evento, o reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), e presidente da ABRUEM, Rangel Junior destacou que o avanço científico e tecnológico tem associação direta, numa relação de causa e efeito, com o desenvolvimento e frisou que o Brasil precisa de uma política de Estado de investimento nessa área para avançar como Nação. “As nações que conseguiram atingir altos patamares de desenvolvimento são a melhor prova desta afirmação. Por via direta, posso concluir que o Brasil não atingiu ainda tal estágio, por não existir investimento real em ciência e tecnologia como política de Estado, consistente, perene, duradoura”, disse.

Ele também ressaltou que “por caminhos construídos ao longo da história, nosso modelo de desenvolvimento científico tem bases essenciais na estrutura pública. São estas estruturas (e nelas as Universidades municipais, estaduais e federais) as responsáveis pelo impulsionamento da ciência, do que existe de mais avançado em tecnologia, em condições de colocar o país no mesmo patamar de nações de alto desenvolvimento em diversas áreas do conhecimento. Conhecimento este que é cada vez mais gerador de riqueza e propulsor de mais desenvolvimento”.

Rangel falou ainda sobre o cenário atual do campo científico do Brasil e salientou que o país que trilhava um caminho na direção do avanço nas últimas décadas e registrava indicadores sociais e econômicos cada vez mais promissores, mas assiste agora a inquietantes ameaças ao seu desenvolvimento futuro e, pelo caráter estratégico do setor, ameaças à soberania nacional. “Os recentes e impactantes cortes e contingenciamentos aplicados pelo governo federal e pelos governos estaduais aos recursos para a ciência, a educação e as instituições de ensino e de pesquisa – notadamente as universidades brasileiras – colocam em risco o desenvolvimento presente e futuro do Brasil”, ressaltou.

Para o reitor e presidente da Abruem, “tais decisões resultarão em dependência e submissão a interesses externos e inegável perda de identidade, autonomia e do protagonismo experimentado na história mundial recente. Especialmente no que se refere à pós-graduação no país, as medidas tomadas recentemente em diversas direções castigam a periferia, porque há dois modelos de pós em curso: um que concentra e privatiza possibilidades de desenvolvimento (está no centro) e outro que tenta compartilhar esperanças (está na periferia e não se sustenta porque as regras do jogo julgam os diferentes como iguais)”.

Rangel Junior enfatizou a necessidade de reafirmar questões essenciais e, nesse sentido, reforçou o apoio dos reitores à Capes na recomposição do seu orçamento e pela manutenção do Grupo de Trabalho de bolsas, a fim de pressionar que o governo reconheça a importância do desenvolvimento de Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento do Brasil nos vários setores. Além disso, ele destacou a necessidade de buscar apoio de deputados e senadores representantes dos Estados para, frente ao Congresso Nacional, defender os recursos destinados à educação, considerando a importância das universidades estaduais e municipais nos estados e seus compromissos na interiorização da pós-graduação, destacando que nos territórios mais rurais o IDH tem percentuais mais baixos.

“Reafirmamos o nosso compromisso de defesa dos interesses nacionais, do papel estratégico da Ciência, Tecnologia e Inovação para elevar o país à sua merecida e necessária condição de desenvolvimento, de modo a implicar diretamente na vida das pessoas em forma de qualidade de vida, bem-estar e, por que não dizer, até mesmo sonhar com a tal felicidade”, afirmou Rangel Junior.

Fórum

O Fórum ocorreu entre os dias 13 e 14 de junho, e reuniu reitores de universidades de todas as regiões do Brasil. A palestra de abertura foi ministrada pelo presidente da Capes, Anderson Correia, com o tema “A Capes e o futuro da Pós-Graduação Brasileira”, fazendo referência ao cenário da educação e da ciência e tecnologia no País. Ocorreu também um workshop da Capes, além da reunião do Conselho Pleno do Abruem. As atividades envolvem, ainda, troca de experiências das Instituições de Ensino Superior afiliadas à Abruem e relato do presidente da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) sobre “Progresso das Ações da Rede”.

A programação do evento contou com a mesa redonda “Financiamento da Pós-Graduação”, com quatro importantes palestrantes: o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Evaldo Vilela; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina, Fábio Zabot; o presidente da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul, Márcio de Araújo; e o diretor Científico da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Luiz Drudi.

Carta de Brasília

O 64º Fórum Nacional da Abruem divulgou, ao final de suas atividades, a Carta de Brasília, documento assinado presidente da Associação, reitor Rangel Junior, no qual é reafirmado o compromisso da entidade em defender os interesses nacionais e destacando o papel estratégico da ciência, tecnologia e inovação para elevar o país à justa e necessária condição de nação desenvolvida, em um modelo que afete positivamente a qualidade de vida e o bem-estar individual e coletivo.

No documento, os reitores das instituições filiadas à Abruem ressaltam que “o avanço científico e tecnológico tem associação direta, numa relação de causa e efeito, com o desenvolvimento. As nações que conseguiram atingir altos patamares de desenvolvimento são a melhor prova disso”. A Carta enfatiza que “os recentes e impactantes cortes e contingenciamentos aplicados pelos governos federal e estaduais aos recursos para a ciência, a educação e as instituições de ensino e de pesquisa – notadamente as universidades públicas brasileiras – colocam em risco o desenvolvimento presente e futuro do Brasil”.

Acesse aqui, a íntegra da Carta de Brasília.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação da UEPB – Fotos: Hipólito Lucena

Comunicação CRUB
(61) 3349-9010