Apoiados pelo CNPq, estudantes conquistaram 10 medalhas de ouro, 3 de prata e 1 de bronze, além de menção honrosa e premiações especiais em grupo e individuais
O desempenho de estudantes brasileiros que competiram na 18ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astronáutica (IOAA) e na 17ª Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA) alçou o Brasil a posição de destaque em duas das maiores olimpíadas científicas internacionais.
Na IOAA, realizada em Mumbai, na Índia, entre 11 e 21 de agosto, os brasileiros conquistaram 1 medalha de ouro, 2 de prata, 1 de bronze e 1 menção honrosa. Já na OLAA, que aconteceu nas cidades do Rio de Janeiro e Barra do Piraí, estado do Rio de Janeiro, entre os dias 1 e 7 de setembro últimos, os brasileiros foram contemplados com 9 medalhas de ouro e 1 de prata, além de premiações especiais em grupo e individuais.
Os participantes da IOAA ou da OLAA são estudantes do ensino médio que atingiram uma nota ótima no nível 4 da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), no ano anterior às duas competições internacionais. A OBA é realizada pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), com o apoio do CNPq e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Depois dessa competição, os estudantes são convidados para participar de diferentes etapas classificatórias, com treinamentos e provas online e presenciais.
Ao comentar os resultados da prova latino-americana, o coordenador dos Programas de Pesquisa em Educação, Popularização e Divulgação Científica do CNPq, Guilhermo Vilas Boas, ressaltou que a premiação dos brasileiros é inspiradora. “Espera-se que a conquista de tais estudantes possa ter um caráter incentivador e multiplicador, tanto entre os jovens estudantes quanto entre as escolas, professores e demais envolvidos no processo de formação científico e profissional como um todo”, avalia. Desde a criação da OBA, em 1998, o CNPq já investiu na competição pouco mais de R$ 10,2 milhões, por meio do lançamento de editais específicos.
“Tanto o CNPq quanto o MCTI têm aportado recursos para a realização de dezenas de olimpíadas científicas, em diversas áreas do conhecimento, que possuem abrangência em todo território nacional, e a quase totalidade delas está alinhada e/ou credenciada para enviar equipes para competições internacionais, representando o Brasil. Neste sentido, ambos os órgãos têm demonstrado crescente interesse e, por conseguinte, demandado mais recursos para que tais ações possam ser fortalecidas e agregadas a programas maiores de divulgação científica e popularização da ciência junto a toda sociedade”, diz Vilas Boas.
Estimular interesse dos jovens
A IOAA reuniu 288 estudantes, divididos em 63 times diferentes. O brasileiro Luca Pimenta, de Valinhos (SP), foi agraciado com medalha de ouro e com troféus por melhor prova em grupo e melhor prova observacional. Franklin da Silva Costa, de Recife (PE), e Francisco Carluccio de Andrade, de Campinas (SP), ganharam medalhas de prata; enquanto Lucas Amaral Jensen, de Itapetininga (SP), foi contemplado com a medalha de bronze. Giovanna Karolinna Ribeiro de Queiroz, de São Paulo capital, obteve menção honrosa. Os professores Júlio César Klafke e Eduardo Henrique Carmargo de Toledo lideraram a equipe.
A OLAA, por sua vez, reuniu estudantes do ensino médio de 14 países latino-americanos e teve como medalhistas de ouro os estudantes Felipe Maia Silva, Lucas Praça Oliveira e Guilherme Waiandt Moraes, de Fortaleza (CE); Isabela Xavier de Miranda, da cidade do Rio de Janeiro; Eyke Cardoso de Souza Torres, de Ourilândia do Norte (PA); e Larissa França Souza, de Goiânia (GO).
Além de também ser contemplado com a medalha de ouro, Luís Fernando de Oliveira Souza, de Cassilândia (MS), ganhou os prêmios de melhor prova de foguetes e melhor prova teórica. Gustavo Globig Farina e Filipe Ya Hu Dai Lima, ambos de Fortaleza (CE), da mesma forma contemplados com medalhas de ouro, dividiram o prêmio de melhor prova teórica. João Victor Evers Cordeiro, também de Fortaleza (CE), ganhou a medalha de prata. Os professores Thiago Paulin Caraviello e Hugo Fares Menhem lideraram as duas equipes brasileiras na competição.
Durante a OLAA, os participantes realizaram diversos desafios que testaram seus conhecimentos em astronomia e astronáutica. As atividades envolveram prova em planetário, prova observacional com uso de luneta e telescópio, exames teóricos, além de construção e do lançamento de foguetes de garrafa PET. As delegações presentes ao evento ainda realizaram uma excursão a Itajubá (MG), onde conheceram as instalações do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA). Além da equipe brasileira, também participaram da OLAA equipes da Argentina, da Bolívia, do Chile, da Colômbia, da Costa Rica, do Equador, de El Salvador, Honduras, do México, do Panamá, do Paraguai, do Peru e do Uruguai.