IESB – A educação transformadora

Foco. Determinação. Conquista. Realização. Transformação. Mulher. Em 1939, na cidade de Bueno Brandão, interior de Minas Gerais, nasce uma menina com a sede do saber e a vontade de estar sempre aprendendo uma nova lição: Eda Coutinho Barbosa Machado. Da família veio o apoio necessário para a dedicação ao ensino, com o exemplo da mãe, que a alfabetizou. Aos nove anos, Eda pede ao pai que a envie para estudar em um colégio interno da cidade vizinha, ainda em Minas, com a convicção de que seria a melhor aluna da escola.

Referência e destaque nos colégios por onde passou, aos 17 anos, após completar a Escola Normal (curso de Preparação de Professores). Casou-se e foi residir em Arapongas (PR). O prefeito da cidade na época, José Colombino Grassano, a convidou para dirigir uma escola de educação fundamental, além de criar e dirigir uma Biblioteca Pública. Passou no concurso para dar aulas de Didática na Escola Normal de Arapongas e deu início a uma nova carreira: preparar professores para ensinar. Ao mesmo tempo, foi convidada a dirigir um Movimento de Educação de Base no norte do Paraná e inicia um trabalho de melhoria da qualidade de vida da população da zona rural, tendo sua primeira experiência na área de educação a distância. Na mesma época, começou a escrever para os jornais do Paraná.

Os investimentos nos estudos renderam conhecimentos e capacitação pessoal, mas também perseguição política depois de 1964. Em 1966, seu antigo chefe do trabalho na zona rural a convida para se mudar para Brasília e ser sua assistente no recém-criado CIEM (centro Integrado de Ensino Médio) da Universidade de Brasília (UnB). Após seis anos e já como professora da Faculdade de Educação da UnB, o CIEM é fechado e todos os seus 26 professores demitidos.

Em meio à adversidade, o diretor da Faculdade de Educação da UnB oferece à Eda uma bolsa de estudos do Programa MEC/USAID para cursar o Mestrado em “Currículo e Ensino nos Estados Unidos”, na Universidade Estadual da Pensilvânia, onde conclui o Mestrado em apenas um ano e o Doutorado em dois.

Após cinco anos, Eda realiza programa de Pós-Doutorado no Instituto Max-Planck de Berlim, com bolsa de estudos da Fundação Humboldt.

No retorno ao Brasil, contratada pela Unicamp, a professora realiza pesquisas na Faculdade de Odontologia de Piracicaba para a melhoria da qualidade do ensino. A convite do Ministério da Educação, passa a coordenar o PADES (Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino Superior) e, em seguida, o Programa PAPS (Programa de Apoio aos Profissionais da Saúde), financiado pela Fundação W. K. Kellogg e MEC.

Após a criação do PADCT (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Eda assume a Coordenação do SPEC (Subprograma Educação para a Ciência), onde permanece até 1991. Em 1992, é convidada a chefiar a área de Cooperação Internacional do CNPq (Conselho Nacional para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

Em 1993, na SESU/MEC (Secretaria de Educação Superior), cria o PAIUB (Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras) e o dirige por dois anos. Em seguida é anistiada e volta para a Universidade de Brasília, onde coordena por quatro anos a Cátedra Unesco sobre Educação a Distância.

Em 1998, cria o Instituto de Educação Superior de Brasília, após aceitar o convite de se associar juntamente com sua filha, Liliane Maria Barbosa, aos professores Pedro Chaves e Therezinha Samways. Considerado o melhor centro universitário da região Centro-Oeste e o 6º melhor do Brasil, o IESB se tornou Centro Universitário em 2011 e, hoje, agrega cerca de 20 mil estudantes.

Eda Coutinho, a professora que não parou de trabalhar, se dedica a aprimorar competências que a tornaram uma empreendedora moderna e inovadora para a época, focada em liderança e trabalho em equipe. Hoje, Eda faz parte do Comitê Executivo da IAUP (International Association of University Presidents), do Conselho da Penn State Global Advisory Council e do Conselho Deliberativo do CRUB (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras), além de ser membro do Clube de Roma e presidir a Câmara de Educação do CODESE/DF (Conselho de Desenvolvimento, Sustentável e Estratégico do DF).

Em 20 anos, são mais de 100 cursos de graduação, pós-graduação e mestrado, e três campi (Asa Norte, Asa Sul e Ceilândia), uma expansão considerável para quem iniciou a Instituição com apenas dois cursos – administração e ciência da educação – em um prédio alugado na 902 Sul. Com a visão de que o papel das universidades é enxergar uma missão muito além de formação profissional para introduzir mudanças na sociedade, Eda mantém sua vida atrelada à busca pela educação. “Nunca é tarde para estudar, que a educação seja a bandeira de cada cidadão”, finaliza.

Matéria escrita pelo estudante de Jornalismo, Mateus Rosa.

Fonte: G1 – Distrito Federal

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