O Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) era composto por 167 programas de pós-graduação (PPG) e estava presente em 23 municípios em 1970. A constante expansão, principalmente a partir dos anos 2000, fez esses números chegarem a 4.777 e 323 em 2022. Trata-se de um crescimento de 28 vezes na quantidade de PPG e de 13 no número de cidades.
Os dados foram apresentados por Denise Pires de Carvalho, presidente da CAPES, em audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 22 de maio. A gestora ofereceu um panorama da pós-graduação stricto sensu no Brasil e no mundo para mostrar como a evolução no País foi rápida, apesar de ainda não se encontrar no mesmo patamar dos países desenvolvidos.
Como a maior parte da ciência brasileira é feita nas universidades e, em especial, na pós-graduação, esse crescimento afeta diretamente a capacidade de desenvolvimento nacional. “Há um paralelo entre o aumento da formação pós-graduada e o aumento da produção científica”, ressaltou Denise ao comparar quantos artigos foram publicados por pesquisadores brasileiros em 2000 e em 2020: 15.150 e 94.768, respectivamente.
A meta 14 do Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu a formação de 60 mil mestres e 25 mil doutores por ano no Brasil. O País caminhava em ritmo crescente até 2020, quando houve a pandemia de COVID-19, antes de chegar no patamar traçado para o doutoramento. Em 2023, houve uma retomada, com o objetivo quase alcançado. Ocorre que, mesmo perto do estabelecido, os dados nacionais mostram que há 0,2% de doutores em relação ao total da população brasileira, enquanto a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 1,1%.
A audiência foi requerida pelo deputado Jilmar Tatto (PT-SP) e subscrita por seu colega Rui Falcão (também do PT de São Paulo). Participaram representantes do governo — em especial, das agências de fomento, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) — e de entidades ligadas à comunidade acadêmico-científica, como a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Fonte: CGCOM/CAPES