Professor Evandson Silva assume a Rede em 2026 e já acompanha Sandro Percário para dar continuidade ao rol de ações da Rede em Biodiversidade e Biotecnologia
Em visita à Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) na última sexta-feira (04.05), o coordenador geral do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia (Rede Bionorte), Sandro Percário, anunciou o professor Evandson José dos Anjos Silva como seu sucessor, trazendo a sede da Bionorte para a Unemat em 2026.
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Unemat, Áurea Ignácio, vê a parceria de longa data com as melhores expectativas. “A Bionorte está muito fortalecida e a Unemat é parceira desde o início, justo que essa coordenação local venha para a Unemat”, comemora a pró-reitora. “A Rede Bionorte, com o doutorado em Biodiversidade e Biotecnologia, surgiu como uma estratégia de formar doutores para a Amazônia. Agora, anos depois, ainda existe demanda para qualificação, porém teremos que pensar fortemente em estratégias de fixação de doutores na Amazônia Legal”, enfatiza Áurea Ignácio.
“Nós já estamos trabalhando nessa transição. Embora a sucessão aconteça daqui a quase dois anos, é importante que o professor Evandson já vá se inteirando das ações e da administração da coordenação geral e tudo mais”, explica Percário. Evandson Silva é professor de Ciências Biológicas da Unemat, em Cáceres, e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Unemat, em Nova Xavantina, desenvolve pesquisas sobre abelhas na área endêmica sudeste da Amazônia, e já coordena, a nível estadual, a Rede Bionorte em Mato Grosso.
Percário e Evandson também formalizaram o convite à reitora Vera Maquêa para que a Unemat participe da 9ª edição do Workshop Brasileiro de Biodiversidade de Biotecnologia com foco na Bioeconomia Amazônica, que será realizado pela Rede em outubro de 2025 em Cuiabá. A reitora aceitou o convite, que dará grande visibilidade aos programas de pós-graduação da Unemat.
A Rede Bionorte tem priorizado nos últimos dois anos a interiorização do nível de doutorado, levando a formação para as localidades vulneráveis, para os interiores. Mas, para Percário, a Rede Bionorte, em seu papel junto à Amazônia, transcende em muito a questão da formação de doutorado. “Nós nos consideramos e nos enxergamos um agente de desenvolvimento socioeconômico regional para mudar a realidade das nossas regiões. Nós acabamos de finalizar um edital de credenciameno de docentes em Mato Grosso, uma vez que, sem a capacitação dos recursos humanos no interior, a gente não desenvolve essas regiões”. Os planos de interiorização da Rede também visam a propositura de Avaliação de Proposta de Cursos Novos (APCN).
Ao mesmo tempo que a Bionorte se interioriza, ela também promove uma ação de internacionalização, credenciando instituições e docentes no exterior por meio de convênios. Os outros sete países amazônicos além do Brasil são alvo de atuação da Rede, que pretende ser uma rede de pesquisa em biodiversidade e biotecnologia pan-amazônica.
Evandson lembra que as regiões Centro-Oeste e Norte são as mais pobres em recursos humanos altamente qualificados no Brasil. O relatório de gestão 2019 do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) aponta investimentos na ordem de 12,4 bilhões de reais em pesquisa e desenvolvimento só na região Sudeste, contra menos de 800 milhões de reais para todos os estados juntos da Amazônia Legal.
Como competir com uma realidade de investimentos tão desproporcionais? Para Percário, as respostas passam pela solidariedade e trabalho conjunto, somando capacidades com aumento de produtividade, e parece que a receita vem dando certo. “Na Bionorte, nós aumentamos em 44% a produção de artigos periódicos de um quadriênio para o outro e mudamos totalmente o impacto das nossas produções, porque começamos a trabalhar juntos”, demonstra Percário, que acredita na formação de doutores locais para garantir a fixação destes na Amazônia.
Vera Maquêa defende que a fixação de doutores nas regiões Centro-Oeste e Norte dependem também de propostas de estado que atendam as expectativas e necessidades destes profissionais. “O doutor quer se estabelecer dentro de uma instituição para poder fazer pesquisa e contribuir com a sociedade, mas esse pesquisador não vai se sujeitar a um contrato precário”, alerta a reitora. Já Alexandre Porto, vice-reitor da Unemat, aponta outra necessidade, a de renovação dos quadros de pesquisadores. “Precisamos de doutores efetivos para consolidar os programas de pós-graduação e, hoje, na Unemat, os concursados de 1994 particamente já estão todos em vias de aposentar”, alerta Porto.
A pró-reitora Áurea fez questão de frisar que as instituições das regiões Centro-Oeste e Nordeste, embora recebam menos recursos, possuem quadros de pesquisadores muito talentosos. A considerar a realidade da própria Unemat, “nós somos muito bons, porque com todas as dificuldades de sermos uma estadual, onde nem todos os recursos a gente acessa primeiro, nossos cursos são conceitos 4 e 5”.
Outra frente de atuação da Rede está na criação da Agência de Inovação Bionotec Amazônica para atender todas as instituições dos estados da Amazônia, que será encaminhada nos próximos dias ao MCTI, já com pretensões de se tornar uma Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICTI) do próprio Ministério. Para tanto, a Unemat, assim como outras instituições, endossa a proposta da Rede Bionorte, que é altamente relevante para os interesses do desenvolvimento socioeconômico da Amazônia.
A reitora, Vera Maquêa, que já aposta na viabilidade da Agência de Inovação, também destaca a importância de contar com a participação da Fapemat no processo. Segundo Áurea Ignácio, o presidente da Fapemat, Marcos de Sá, quando apresentado à proposta, a achou bastante interessante no que tange o fortalecimento da ambiência de inovação do Estado e fortalecimentos ambientais.
Participaram da reunião a reitora, Vera Maquêa, o vice-reitor Alexandre Porto, a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Áurea Ignácio, o coordenador geral do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia (Rede Bionorte), Sandro Percário, e o coordenador estadual da Rede Bionorte, Evandson José dos Anjos Silva.
Professor Evandson Silva no Laboratório de Abelhas e Vespas Neotropicais da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em Cáceres
Foto: Moisés Bandeira
Fonte: Assessoria de Comunicação – Unemat