Universidade Federal de Uberlândia vence competição da Nasa

UFU, vinculada ao Ministério da Educação, conquistou primeiro lugar no prêmio de Melhor Uso de Tecnologia em hackaton da agência espacial americana. Time representará o Brasil em celebração nos EUA

Estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – vinculada ao Ministério da Educação (MEC) – fizeram história ao vencer a competição global Nasa Space Apps Challenge na categoria Melhor Uso de Tecnologia. Com o projeto 42 Quake Heroes, que aprimora a identificação de tremores na Lua e em Marte, o grupo conquistou um feito inédito para a América do Sul. Como vencedores globais, os estudantes participarão da celebração oficial promovida pela Nasa nos Estados Unidos, em junho de 2025. 

O Nasa Space Apps Challenge é o maior hackathon do mundo, reunindo mais de 93,5 mil participantes em 2024. O evento desafia equipes multidisciplinares a desenvolver soluções inovadoras com base nos dados abertos da agência espacial americana. A equipe da UFU, formada pelos estudantes Gabriel Chayb, Larissa Mello, Ana Borges e Gustavo Matos, bem como pelos ex-alunos Gustavo Tavares e Alailton Alves Junior, foi a primeira do Brasil a chegar à final utilizando inteligência artificial. 

Projeto – Durante 48 horas, a equipe enfrentou o desafio “Detecção sísmica em todo o sistema solar”, considerado o mais avançado do evento. O projeto criado pelos estudantes da UFU melhora a detecção de tremores em Marte e na Lua, otimizando a transmissão de dados para a Terra e reduzindo custos de energia. 

A solução usa uma rede neural profunda (deep neural network - DNN) treinada especificamente para identificar com precisão o início de abalos sísmicos em corpos celestes. A técnica, inspirada em aplicações na medicina para detecção de tumores, foi adaptada para analisar registros sísmicos de missões espaciais. O projeto também gerou um site interativo, permitindo que o público explore os dados sísmicos e entenda melhor os “terremotos” lunares e marcianos. 

Equipe – A equipe surgiu em 2023, quando Larissa Mello e Gabriel Chayb discutiram a possibilidade de participar do hackathon. Em seguida, reuniram colegas com diferentes especializações para encarar o desafio. Cada membro teve um papel fundamental: Chayb liderou o time e desenvolveu o backend; Mello estruturou a estratégia; Matos e Junior treinaram a inteligência artificial; Tavares contribuiu para o site e o projeto, enquanto Borges cuidou do design e storytelling. 

“A UFU nos criou cientificamente. Se a universidade não existisse, provavelmente esse projeto também não existiria”, destaca Borges, ressaltando o papel da instituição na trajetória do grupo. 

Reconhecimento – Como parte da premiação, os estudantes embarcarão para os Estados Unidos em junho deste ano, onde visitarão instalações da Nasa e poderão interagir com cientistas da agência. Para Gabriel Chayb, a conquista é uma oportunidade não apenas de aprendizado, mas também de incentivo à ciência e à educação. 

“Temos um palanque para divulgar a ciência. Queremos mostrar que vale a pena estudar em uma universidade como a UFU”, afirma o líder da equipe. 

A Faculdade de Computação da UFU também celebrou a vitória. “Para nós, é um orgulho enorme ter alunos e ex-alunos conquistando um prêmio global tão relevante”, comenta Mauricio Escarpinati, diretor da faculdade. 

A jornada do time pode ser acompanhada pelo Instagram oficial do projeto: @42quakeheroes. Além disso, a premiação está disponível no canal do Nasa Space Apps Challenge no YouTube. 

Fonte: MEC