Dia Nacional do Imigrante: O papel transformador do UEMS Acolhe para pessoas de mais de 30 nacionalidades

Um ponto de partida para milhares de imigrantes de diversas origens em MS

No Dia Nacional do Imigrante, celebrado neste dia 25 de junho, é impossível não destacar o papel crucial do programa UEMS Acolhe – Acolhimento Linguístico, Humanitário e Educacional a Migrantes Internacionais na integração de milhares de pessoas em Mato Grosso do Sul. Desde sua criação, o programa, que já atendeu mais de 4 mil imigrantes de mais de 30 nacionalidades no curso Português para Migrantes Internacionais – Módulo Acolhimento, consolidou-se como uma referência nacional no acolhimento a comunidades migrantes.

Criado a partir de uma série de ações de extensão da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), o UEMS Acolhe oferece um atendimento diferenciado em diversas áreas do conhecimento. O Programa visa promover ações de extensão que possibilitem a inserção linguística, humanitária e educacional de migrantes internacionais, em especial a partir do oferecimento de cursos de extensão gratuitos de Português como Língua do Acolhimento.

Desde 2017, pessoas de países como Venezuela, Haiti, Colômbia, Cuba, Senegal e Egito encontraram no programa um apoio fundamental para recomeçar suas vidas no Brasil. A maioria dos atendidos é composta por adultos com idade entre 16 e 70 anos, evidenciando a amplitude do impacto do projeto.

Atualmente, o programa conta com polos de atendimento em Campo Grande, Dourados, Nova Andradina e Cassilândia. Somente no primeiro semestre deste ano, 400 alunos, entre refugiados e imigrantes, estão sendo atendidos por uma equipe dedicada de 150 colaboradores.

O coordenador do programa, Prof. Dr. João Fábio Sanches, ressalta a consolidação do UEMS Acolhe como uma das principais iniciativas de acolhimento linguístico para imigrantes internacionais no país. “Temos como previsão a ampliação das turmas, das cidades atendidas pelo projeto, como também a ampliação de atividades programáticas”, afirma Sanches. Entre as novidades, destacam-se a abertura de duas novas turmas na modalidade EAD, em parceria com a corporação Taparacá do Chile, para oferta de cursos de português como língua adicional. Há também a perspectiva de expandir as ações no estado para Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo e outras cidades.

Uma das inovações mais significativas do UEMS Acolhe neste ano foi a parceria com o Canal do Trabalho e Emprego, que resultou na criação da Sala do Migrante em Campo Grande. Essa iniciativa amplia as ações do programa para além dos cursos de língua portuguesa, oferecendo orientações para regularização migratória e encaminhamento para vagas de emprego. “É uma outra iniciativa bacana que tivemos este semestre e que continuaremos para os próximos anos”, destaca o coordenador.

Em Campo Grande, a capital, um novo polo será inaugurado em parceria com a Fundação Social do Trabalho. Os cursos de português serão realizados em locais que os migrantes já frequentam para outros serviços, como empregabilidade. Essa estratégia visa facilitar o acesso e promover uma integração ainda mais efetiva. “Estamos conseguindo, ao longo do tempo, amarrar todas as nossas ações para que promova cada vez mais essa integração da comunidade migrante internacional à sociedade sul-mato-grossense”, conclui Sanches.

 

Ateliê da Moda Brasil/Haiti/Venezuela

Também é fundamental destacar iniciativas que promovem a inclusão e o empoderamento desses indivíduos em nossa sociedade. Em Nova Andradina, o projeto de extensão “Ateliê da Moda Brasil/Haiti/Venezuela: O Trabalho e a Inclusão Social das Mulheres Empreendedoras”, da UEMS, tem se tornado um farol de esperança e oportunidade para mulheres em situação de vulnerabilidade social, sejam elas brasileiras, haitianas ou venezuelanas.

Coordenado pela Professora Ma. Mônica Aparecida Matos e operando como uma startup da Incubadora Elos (DNA da UEMS), o Ateliê da Moda vai muito além da costura. Seu objetivo principal é oferecer cursos profissionalizantes de costura, capacitando essas mulheres e, ao mesmo tempo, promovendo sua inclusão no mercado de trabalho. Um diferencial marcante do projeto é o resgate da identidade cultural – brasileira, haitiana e venezuelana – por meio da moda, criando um espaço de troca e valorização das raízes de cada participante.

Desde agosto de 2023, o projeto tem impactado a vida de 20 mulheres, e mais 15 se juntaram à iniciativa em abril de 2025, totalizando 35 participantes. A cada sábado, das 14h às 17h, o Parque Industrial – FINOVA, em Nova Andradina, se transforma em um centro de criatividade e aprendizado.

A matéria-prima utilizada no Ateliê da Moda é um exemplo de sustentabilidade e economia circular: sacos de ração vazios e banners usados, doados pela comunidade, instituições colaboradoras, comércio local e unidades da UEMS. Esses materiais, que seriam descartados, ganham nova vida nas mãos das participantes, sendo transformados em Ecobags e aventais de alta qualidade.

O sucesso do Ateliê da Moda tem sido notório, com o projeto marcando presença em eventos importantes como o MS+ Criativo e o Vet Animal Fest, em Campo Grande, além do 3º Workshop – Empreendedorismo & Desenvolvimento Acadêmico, em Dourados. Nesses eventos, algumas participantes tiveram a oportunidade de expor e comercializar as Ecobags e outros produtos artesanais confeccionados por elas, gerando renda e fortalecendo sua autonomia.

Histórias como a de Priscila, que confecciona adornos, enfeites, laços e prendedores de cabelo com modelos incríveis, e a de Cleo, que costura panos de cozinha e roupas, demonstram o impacto direto do projeto na renda familiar. Maria Aparecida também se destaca, confeccionando uniformes, roupas e Ecobags de tecido, contribuindo significativamente para o sustento de sua casa.

A partir de julho de 2025, as mulheres que já estão no projeto desde 2023 darão um passo adiante, iniciando o aprendizado de corte e costura de peças de vestuário como blusas, saias e vestidos. A meta é lançar um desfile de Moda Sustentável até dezembro, apresentando peças com tecidos tingidos com tintas orgânicas, sem deixar de lado a produção contínua das Ecobags.

Para garantir a continuidade da produção, uma campanha de arrecadação de matéria-prima foi lançada durante a Semana do Meio Ambiente, estabelecendo 5 ECOpontos de Coleta na UEMS, Sindicato Rural, UFMS, Prefeitura Municipal e GANSO SISTEMAS. O slogan da campanha, “Evite descartar sacos de ração, DOE e TRANSFORME vidas!”, resume a essência e o impacto transformador desse projeto.

Fonte: ASCOM/UEMS