Unemat conquista todos os prêmios na modalidade Projeto de Pesquisa e alunas do Programa de Ciências Ambientais os 1º e 2º lugares na modalidade Doutorado
Com trabalhos premiados em quatro categorias, a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) conquistou sete das 18 premiações do Edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Mato Grosso (SNCT-MT) e a Mostra Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (MECTI).
Os vencedores do prêmio foram conhecidos na tarde de ontem (24.10) durante a cerimônia de encerramento da Semana, realizada desde o dia 22 no Centro de Eventos Pantanal. No total, 225 trabalhos científicos disputaram a premiação; destes, 43 eram da Unemat. Dos 190 mil reais em prêmios pagos pela Fapemat, 82 mil foram recebidos pelos vencedores da Unemat.
Na categoria Projeto de Pesquisa, a Unemat conquistou todos os prêmios. Os professores Ernandes Sobreira Oliveira Júnior (Cáceres) doutor em Ciência, Célia Regina Araújo Soares (Alta Floresta), doutora em Agronomia, e Maísa Consuelo dos Santos (Cáceres), aluna do Programa de Ciências Ambientais, receberam 18, 14 e 10 mil reais em prêmios, respectivamente.
Presença de professores e técnicos no estande da Unemat; ao centro, o vice-reitor Alexandre Porto e a reitora Vera Maquêa
Na categoria Doutorado, as alunas Selma de Souza Nunes de Ciências Ambientais (Cáceres) e Francimeire Fernandes Ferreira do Programa de Ecologia e Conservação (Nova Xavantina), conquistaram o 1º e o 2º lugar e receberam, respectivamente, 14 e 10 mil reais. A aluna Kamilla Ferreira Rezende, do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola (Tangará da Serra), obteve o 2º lugar na categoria Mestrado e 6 mil reais.
Na categoria Projeto de Inovação Tecnológica, o professor Willian Krause (Tangará da Serra) faturou a 3ª colocação e 10 mil reais.
Na cerimônia de encerramento, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso lançou a 3ª edição da Revista Educação C&T – Ciência e Tecnologia. A revista traz 31 artigos que abrangem a temática ‘Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação: Impactos no desenvolvimento econômico, social e ambiental’. O professor Ernandes Oliveira Jr., vencedor da categoria Projetos de Pesquisa, é um dos autores do artigo presente na revista ‘A importância das mulheres na ciência: Promovendo a participação feminina na ciência desde a educação básica’.
Também foram premiados oito trabalhos científicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), um do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), um do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e um da Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer-MT).
CONHEÇA OS TRABALHOS VENCEDORES
Por categoria e significação para seus autores
Categoria Doutorado
Selma de Souza Nunes – Felicidade
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Allan Kardec, ao lado da vencedora da categoria Doutorado, Selma Nunes, aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA)
1º lugar: Educação para a sustentabilidade em rede de escolas pantaneiras, municípios de Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger – MT
Estamos orientando cinco escolas conectadas ao rio Cuiabá e sistema de baías do Pantanal, na elaboração e desenvolvimento de projetos de educação científica para a sustentabilidade em prol do Pantanal, fazendo um sistema de rede de diálogos entre escolas e com pesquisadores do grupo de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (Peld Pantanal), desta forma proporcionando o conhecimento integrado do sistema que envolve o rio Cuiabá e sistemas de baías do Pantanal.
Francimeire Fernandes Ferreira – Equilíbrio
Aluna do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação (PPGec)
2º lugar: Guilda alimentar de morcegos frugívoros em escala de paisagens na Amazônia-Ecótono-Cerrado
Realizei a pesquisa ao longo do meu doutorado no PPGec/Unemat. A pesquisa relata quais espécies vegetais silvestres são dispersas pelos morcegos, quais os morcegos que mais fazem e a importância disso para as florestas serem renovadas naturalmente. Essas ações são chamadas de serviços ecossistêmicos que os seres vivos realizam para manter o equilíbrio ambiental. Concomitantemente foi criado um protocolo de germinação para sementes encontradas em fezes de morcegos, de forma a contribuir com outros pesquisadores para estudos semelhantes. A pesquisa foi orientada pelo Dr. Frederico Guimarães Guilherme da Universidade Federal de Jataí (UFJ-GO) em parceria com o IFMT e o grupo de pesquisa Ecobats.
Categoria Mestrado – Gratidão
Kamilla Ferreira Rezende
Aluna do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sistema de Produção Agrícola (PPGasp), orientanda dos professores Diones Krinski e Alessandra Butnariu
2º lugar: Potencial inseticida de óleos essenciais da família Piperaceae em Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797)
Meu trabalho consiste em buscar alternativas sustentáveis para o Manejo de uma praga agrícola de grande importância para o setor. Spodoptera frugiperda causa danos principalmente na cultura do milho, soja e algodão; culturas de grande importância para o estado de Mato Grosso. Essa praga apresenta problemas de manejo principalmente relacionada a resistência causada pelo uso incorreto dos inseticidas sintéticos, bem como problemas ambientais de bioacumulação dessas moléculas inseticidas. Tivemos como objetivo conhecer a diversidade de espécies de Piper da região de Tangará da Serra e avaliar o seu potencial inseticida nas fases embrionárias e larval. O trabalho foi desenvolvido através do programa de mestrado Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola sob orientação da professora Alessandra Butnariu, Diones Krinski e Michele Trombin. Evidenciados que os Óleos essenciais de espécies da família Piperaceae tiveram resultados significativos em baixas dosagens, contribuindo para um manejo eficiente e de baixo impacto que com o auxílio de tecnologias como encapsulamento pode contribuir com novas formulações e aplicações.
Categoria Projeto de Pesquisa
Ernandes Sobreira Oliveira Junior – Desafio
1º lugar: Dinâmica do CO² em ambientes ecotonais da Amazônia, Cerrado e Pantanal
Ernandes é professor do curso de Ciências Biológicas, e dos programas de pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) e Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (ProfÁgua)
O projeto, em parceria com a Radboud University e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-MG), é desenvolvido para compreender a dinâmica dos gases de efeito estufa no Pantanal, Amazônia e Cerrado, tentando estimar os locais com maiores impactos para mudanças climáticas e identificar locais prioritários para a conservação.
Célia Regina Araújo Soares – Reconhecimento
2º lugar: Elaboração da lista de espécies arbóreas com uso madeireiro para Mato Grosso: Atualização e correção nomenclatural das espécies dos planos de manejo florestais sustentáveis do estado de Mato Grosso
Célia Soares, professora do curso de Ciências Biológicas e curadora fundadora do Herbário da Amazônia Meridional (Herbam/Unemat), recebeu a premiação do ex-reitor Rodrigo Zanin, atual secretário adjunto da Seciteci
Essa pesquisa, financiada pelo Programa REM-MT, traz um avanço no conhecimento de quantas e quais espécies estão sendo comercializadas em Mato Grosso, oriundo dos Planos de Manejos Sustentáveis (PMFS), monitorada e controlada pelo Sisflora 2.0. Parte de um problema histórico que é a nomeação de espécies a partir de um nome vulgar e que tem impactado toda a cadeia produtiva da madeira, desde a atividade do inventário, comercialização, até a fiscalização. Encontramos 370 nomes no relatório de comercialização de toras dos PMFS, mas, consideramos que apenas 199 tem nomes confiáveis, e indicamos a necessidade de coleta das demais espécies para identificação correta. Isso ocorre porque muitos nomes de espécies que foram dados as árvores colhidas nos manejos, não ocorrem no nosso bioma, ou são nomes que não existem. Então, isso vai ajudar a diminuir a perda financeira na cadeia produtiva de madeira e vai melhorar a conservação das florestas mato-grossenses.
Maísa Consuelo dos Santos – Satisfação
3º lugar: Impactos da poluição atmosférica: Um enfoque sobre material particulado (PM2,5) e saúde humana.
Aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), orientanda do professor Ernandes Sobreira Oliveira Junior
Iniciamos buscando dados para entender o diagnóstico da qualidade do ar do Estado de Mato Grosso e refinamos nosso olhar para Cáceres, nosso objetivo. Realizamos coleta diária em todo período de estiagem nos anos de 2023 e 2024 a partir de um aparelho de grande volume, que filtra o ar em 24 horas e em seguida analisamos a concentração do material particulado e os possíveis metais presentes nessas concentrações. Os dados encontrados estão acima das recomendações preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Há presença de microplástico no ar, embora Cáceres não tenha muitos veículos em sua frota tampouco grandes indústrias se comparada a grandes cidades e, possivelmente as queimadas são a fonte da emissão desses poluentes. Nossos dados revelam a importância de aprofundar as pesquisas, investimentos e
Willian Krause, professor do curso de Agronomia e dos programas de pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas (PGMP) e Biotecnologia e Biodiversidade (Rede Pró-Centro Oeste)
Categoria Projeto de Inovação
Willian Krause, professor do curso de Agronomia e dos programas de pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas (PGMP) e Biotecnologia e Biodiversidade (Rede Pró-Centro Oeste)
Willian Krause – Realização
3º lugar: Desenvolvimento de novas cultivares de abacaxizeiro resistentes a fusariose e sem espinhos.
Na cultura do abacaxi tem dois grandes problemas que é a presença de espinhos na folha da planta o que dificulta o manejo (cuidado) pelo produtor e o ataque de uma doença chamada fusariose que pode provocar perdas de até 80% da lavoura. Este trabalho começou em 2012 e em 2024 resultou no lançamento comercial das cultivares Unemat Rubi e Unemat Esmeralda. Ambas são resistentes a fusariose, reduzindo a aplicação de fungicidas pelo produtor, trazendo economia e aumentando a sua renda. Além disso, ambas não possuem espinhos nas folhas, facilitando o manejo pelo produtor.
Fonte: ASCOM/UNEMAT